quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Cadela Lilica enfrenta perigos de rodovia para alimentar outros animais

Há três anos, ela percorre 2 quilômetros para garantir o jantar dos bichos.
Moradora em um ferro velho, Lilica divide o espaço até com uma mula.

Do G1 São Carlos e Araraquara


Em meio à sucata de um ferro velho, em São Carlos (SP), descansa um exemplo de solidariedade. A cadela Lilica mora no local e divide o espaço com um cão, um gato, um galo, uma galinha e até uma mula. Todas as noites, os bichos têm o jantar garantido porque Lilica faz a parte dela.
Quando a tarde vai embora, a cadela cumpre rigorosamente uma missão. O destino é casa da professora Lúcia Helena de Souza, que cria 13 cachorros e 30 gatos, todos recolhidos da rua. Depois de servir o jantar da turma, a professora prepara uma marmita para Lilica.

“Eu percebia que ela comia e ficava olhando para o que tinha na sacola. Aí uma vizinha disse que dava e impressão de que a cadela queria levar o resto da comida. Aí nós amarramos e ela pegou a sacola e levou. Daquele dia em dia a gente faz isso”, conta Souza.

O encontro é pontual, ocorre sempre por volta das 21h30. A cadela mata a fome, pega a sacolinha com o alimento separado pela professora e segue de volta ao ferro velho. São dois quilômetros de caminhada na lateral de uma estrada bem movimentada. No escuro, a pista fica ainda mais perigosa, mas Lilica atravessa com segurança e em poucos minutos chega com o jantar dos outros animais.

Lilica carrega marmita preparada pela professora Lúcia para os outros animais (Foto: Reprodução/EPTV)
Lilica carrega marmita preparada pela professora
para os outros animais (Foto: Reprodução/EPTV)
 
A catadora Neile Vânia Antonio, que encontrou Lilica abandonada ainda filhote na porta do ferro velho, pega a sacola e abre para todos os bichos do local comerem. O que sobra fica para o café da manhã. A história se repete todos os dias, há três anos.

Dona Neile diz que desde que viu a cadela pela primeira vez percebeu que ela era diferente. “A gente que é humano não faz isso. Algumas pessoas até escondem e não querem dividir o que tem. Ela não, Lilica é um animal excepcional”, afirma.
 

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Menor com autismo é abandonado dentro de escola em Taboão da Serra


Van de Centro de Reabilitação quebrou e não pôde levar o jovem para casa


25 de setembro de 2012 | 4h 32

Ricardo Valota, O Estado de S.Paulo
 
 
SÃO PAULO - O adolescente M., de 17 anos, com autismo, foi encontrando abandonado, na noite de segunda-feira, 24, no interior do Centro de Reabilitação Social(CRS) Municipal Renato Feliphe Hanai Mendes, localizado na altura do nº 80 da Rua João Floriano, no Jardim Vitória, em Taboão da Serra, na Grande São Paulo.

Ao chegarem no CRS, familiares viram o local fechado; jovem estava trancado e sozinho na secretaria - Google Maps
Google Maps
 
Ao chegarem no CRS, familiares viram o local fechado; jovem estava trancado e sozinho na secretaria.
 
Eram 17 horas quando funcionários do estabelecimento ligaram para os familiares do menor informando que a van que faz o transporte dos alunos havia quebrado e que alguém da família deveria ir até o Centro de Reabilitação para buscá-lo. Quando os parentes do adolescente chegaram, o estabelecimento já estava fechado. Eles então voltaram para casa pensando que outro veículo havia então levado o rapaz, porém o jovem não voltou para a residência.

Segundo o guarda municipal 2ª Classe Marcelo Blanco os parentes foram até a delegacia para prestar queixa, porém o delegado disse que deveriam esperar mais um pouco para poder registrar boletim de ocorrência de desaparecimento. Já estava escuro quando a Guarda Municipal foi acionada pela família do adolescente. "Nós fomos até a escola e, como já estava fechada e não havia vigia algum, resolvemos pular o muro. Nós iluminamos a janela da secretaria e o rapaz então puxou a cortina e pudemos vê-lo. No momento em que entramos no local ele estava muito agitado e espalhado tudo lá dentro.", relatou Blanco.

Os parentes disseram aos guardas que o adolescente estava com fome e já havia passado do horário de tomar os medicamentos. Os pais do rapaz, segundo Blanco, são surdos-mudos e a foi irmã mais velha dele, de prenome Ariane, quem registrou queixa após a localização do jovem. A reportagem tentou falar com a diretora do CRS, Selma Basílio, mas ela já não estava mais na delegacia e não foi encontrada.

"Nós conversamos com ela (Selma) e ela disse que não pôde estar nesta segunda-feira na escola porque teve que resolver alguns assuntos pessoais e foi justamente neste dia que ocorreu o problema.", acrescentou o guarda municipal. Segundo os policiais do 1º Distrito Policial de Taboão da Serra, o delegado plantonista estava ocupado com um flagrante de porte ilegal de arma e informou que a reportagem deveria solicitar uma cópia do boletim de ocorrência à Secretaria de Segurança Pública. O caso foi registrado como "periclitação de vida e saúde de outrem".

segunda-feira, 24 de setembro de 2012

Bebês gerados a partir de ‘três pais’ estariam livres de doenças genéticas

Manipulação genética livraria criança de doenças hereditárias
Manipulação genética livraria criança de doenças hereditárias Foto: Mônica Imbuzeiro /
O Globo
 
O governo britânico realiza uma consulta pública no país para decidir, até o dia 7 de dezembro, se legaliza ou não a manipulação genética de um bebê cujos pais têm problema hereditário. Para eliminar as características genéticas negativas que causam doenças ainda hoje incuráveis para pais, filhos e netos, a técnica apelidada de “três pais” usa material genético de três indivíduos diferentes. Uma “mãe externa” doa parte de seu DNA para substituir os genes doentes da mãe.
O que está em discussão é uma técnica recente, que ainda nem tem nome científico. O procedimento é parecido com a inseminação artificial: o espermatozoide do pai fertiliza o óvulo materno em laboratório, fora do útero da mulher, para depois ser reinjetado no corpo da mãe. A diferença está no material genético.
Primeiramente, retira-se o óvulo da mãe que tem um defeito congênito que desencadeia, por exemplo, a distrofia muscular. A medicina moderna ainda não encontrou uma forma de vencer essa terrível doença: a musculatura vai se degenerando de maneira rápida e crescente, e o paciente quase sempre acaba em uma cadeira de rodas.
O gene da distrofia muscular se manifesta principalmente em homens, mas está no cromossomo X (da mulher). Isso significa que as mulheres, embora não manifestem a doença, carregam o gene “contaminado” consigo.
O que os cientistas fazem neste novo método é coletar o óvulo da mãe, retirar apenas o núcleo e injetá-lo em uma célula de outra mulher, criando um novo óvulo. Lá dentro, haverá os genes do núcleo da mãe biológica, mas as mitocôndrias serão as da mãe doadora.
Depois, cientistas fertilizam esse óvulo com um espermatozoide do pai e recolocam o óvulo no útero da mãe. Nove meses depois, nasce uma criança com um pai e duas mães.
Cientistas acreditam que esse mecanismo pode ser a cura para todas as doenças congênitas. O bebê nascido dessa maneira tem 99% de material genético dos pais biológicos e apenas 1% da "mãe externa", mas está totalmente livre do risco da doença, bem como todos os seus descendentes.
A aprovação de uma medida como essa por parte do governo britânico, no entanto, levanta discussões. Há quem se pergunte como fica a identidade de uma criança ao saber que possui, mesmo que biologicamente, três genitores. Outros argumentam que isso é um preço muito pequeno a se pagar para que possamos, no futuro, erradicar todas as doenças genéticas da face da Terra. Os ingleses, pioneiros no assunto, terão dois meses e meio para pensar sobre isso.


Leia mais: http://extra.globo.com/noticias/saude-e-ciencia/bebes-gerados-partir-de-tres-pais-estariam-livres-de-doencas-geneticas-6164910.html#ixzz27NraHwb3

Medicamentos genéricos: simplificando e nacionalizando os testes

 
Jornal do BrasilVera Maura Fernandes* e José Roberto Castilho Piqueira** 
 
 
O mercado farmacêutico no Brasil movimentou, em 2011, R$ 43 bilhões e vem crescendo a taxas de dois dígitos percentuais nos últimos cinco anos. Como o principal comprador é o governo, seja na esfera federal, estadual ou municipal, há, portanto, um grande aporte de recursos públicos nessa importante área.

Deve-se considerar, entretanto, que a indústria fornecedora importa 80% dos insumos básicos e, dos 20 maiores laboratórios ditos nacionais, só dois são brasileiros de origem e ficam na terceira e décima sexta posição, em termos de participação no mercado.

Os insumos, predominantemente importados, são transformados em medicamentos ditos de referência, quando a formulação é a original. As cópias dessa formulação que utilizam os mesmos insumos são vendidas como medicamentos similares ou genéricos.

O registro dos genéricos obriga a demonstração pela indústria de que o comportamento em 10 seres humanos saudáveis com respeito à absorção, metabolismo e excreção, medidos pela farmacocinética, é semelhante ao da preparação original. Isso é feito uma única vez, na ocasião do registro.
Há, entretanto, um método para a medida de bioeficácia que foi desenvolvido a partir de um modelo experimental, totalmente feito no Brasil, por Hiss Martins-Ferreira e Gilberto Oliveira e Castro, e de um contexto teórico fundamentado na teoria de sistemas excitáveis.

Em um estudo comparativo sobre a bioeficácia e formulações, realizado na Universidade de Hohenheim, em colaboração com a Anvisa e publicado este ano no periódico The Open Pharmachology Journal, ISSN: 1874-1436 - Volume 6, 2012, 1-11, foi demonstrado que é possível comparar a eficácia e segurança de insumos, preparações e novos compostos de forma simples e barata que pode ser repetida lote a lote.

Nesse estudo, insumos e preparações foram comparados, e o método demonstrou a mesma sensibilidade da ferramenta química usada atualmente, isto é, a cromatografia (HPLC). Além disso, a robustez do novo método foi validada. Os resultados corroboraram fatos interessantes: o medicamento similar, obtido pela cópia fiel da formulação de referência, com rigorosa reprodutibilidade, foi o que obteve melhores resultados, mesmo com pequena variância na preparação referência.

Outro genérico com a mesma fórmula, mas com maior variância na composição, apresentou, quando testado pelos novos métodos, resultados também mais variáveis na bioeficácia. Um terceiro mudou a formulação e os testes pela nova metodologia indicaram mudanças consideráveis na farmacocinética (absorção e distribuição) e na farmacodinâmica (comportamento em modelo biológico).
Entretanto, pelo que se sabe, os dois — o de grande variância nos componentes lote a lote e o de fórmula alterada — receberam o mesmo registro. Fica, então, a hipótese de que o novo método, baseado na dinâmica de sistemas excitáveis, além de nacional, mais prático e mais barato, é superior tecnicamente ao modelo adotado atualmente.

A importação de insumos levou a Anvisa à resolução (resolução RDC 57/2009) de registrá-los. A quantidade de fornecedores internacionais, particularmente da China e da Índia, exige a criação de plataformas que gerem bancos de dados para o controle de qualidade das aquisições.
Essa é mais uma vantagem da nova metodologia de testes: sistematização de conhecimento em plataformas robotizadas, permitindo a criação de banco de dados, descentralizando o controle e aquisição da tecnologia pelas indústrias ou por grandes compradores como as farmácias dos hospitais públicos.

Isso evitaria acidentes como aquele de um dono de indústria do Rio de Janeiro que resolveu sintetizar o contraste sulfato de bário. A contaminação com carbonato matou onze pessoas. Caso houvesse, ao seu alcance, método padronizado de testes em modelo biológico rápido e barato, isso seria evitado e daríamos um passo importante para a independência na produção de insumos e não para a tragédia.
Nosso amigo Henrique Del Nero nos ensinou que cérebros são individuais, mas mentes sempre coletivas. Neste século 21, a criação de poderosas mentes coletivas baseadas na tecnologia de informação vai revolucionar todos os campos de conhecimento.

A química orgânica já começou a sistematizar todas as vias conhecidas de síntese de compostos em memória coletiva ao alcance de todo neófito. O modelo desenvolvido por Hiss Martins-Ferreira e Gilberto Oliviera e Castro já acumula 60 anos de pesquisa básica e está pronto para a sistematização.
É um exemplo de serventia da universidade modelo tradicional e de pesquisa básica, feita pela curiosidade do saber que acaba dando frutos tecnológicos inesperados.

*Vera Maura Fernandes de Lima é professora titular da UFSJ e pesquisadora do LIM-26 da FMUSP; **José Roberto Castilho Piqueira é vice-diretor da Poli-USP.

Tratamento com águas salinas alivia inflamações ligadas a doenças

Pesquisa comprova que banho ou aplicação de solução hipertônica no organismo são eficazes para reduzir marcadores inflamatórios

 
Cientistas da Universidade de Manchester, no Reino Unido, descobriram que a imersão em uma solução com alta concentração de sal (solução hipertônica) pode reduzir as inflamações do organismo.
A pesquisa também revela novos indícios de que uma solução simples, usada em soros intravenosos, é um tratamento eficaz para reduzir inclusive danos causados por derrames no cérebro.
O pesquisador Pablo Pelegrin e seus colegas estudaram os efeitos dos banhos com agua salina em nível celular, mostrando como a solução provoca um "inchaço" das células, que tem como efeito um controle das inflamações.
Eles descobriram que os glóbulos brancos, células ativas do sistema imunológico, incham de maneira similar ao que ocorre quando os tecidos incham ao redor de um ferimento.
Os experimentos realizados em animais também deram um embasamento ao uso dos fluidos hipertônicos para reduzir a inflamação no cérebro, em situações como acidentes vasculares cerebrais e epilepsia.
"As soluções hipertônicas têm sido usadas no tratamento do derrame há muitos anos. Os médicos descobriram que seu uso não apenas reduz o inchaço cerebral, como também alivia a inflamação. No entanto, como não há um alvo molecular para as soluções hipertônicas, tem havido muita controvérsia sobre o tratamento. Nós identificamos um alvo para a solução salina bloqueando o inflamossoma NLRP3, que aciona os mediadores inflamatórios em nível molecular", afirma Pelegrin.

Banhos anti-inflamatórios

Estudando os benefícios da solução hipertônica usada fora do corpo, os pesquisadores descobriram que a solução salina produz um gradiente osmótico através da pele, o que explica porque as águas termais de balneários que normalmente têm alto teor de sais, aliviam as dores de condições como a artrite reumatoide.
Tanto em bandagens embebidas com a solução, quanto com a imersão direta na água salinizada, a inflamação foi reduzida.
"Esta pesquisa abre oportunidades para o uso de soluções hipertônicas para o tratamento de doenças inflamatórias, como a artrite. O que nós descobrimos tem potencial para ajudar inúmeros pacientes", concluem os autores.
 
 
Fonte: ISaude.net

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Pais descobrem que bebê que deram à adoção virou campeã paraolímpica


 

Foto: Getty
 
Pais biológicos assistiram aos Jogos Paraolímpicos sem saber que nadadora era sua filha
Um casal russo que deu sua filha portadora de deficiência para adoção disse à mídia de seu país ter descoberto que a menina é a nadadora americana Jessica Long, medalhista de ouro na Paraolimpíada de Londres 2012.
O casal disse querer conhecer a para-atleta, que foi adotada por um casal americano.
 
Natalya e Oleg Valtyshev, que deixaram a menina em um orfanato na Sibéria pouco depois do seu nascimento, chegaram a assistir às competições de Jessica Long pela televisão sem saber quem ela era.
Em entrevista a um canal de TV russo, eles dizem estarem orgulhosos da garota.
Long já disse em entrevistas que gostaria de ir à Rússia após os Jogos Paraolímpicos para encontrar a família, mas ainda não se pronunciou sobre a aparição dos pais.

Sugestão dos médicos

Jessica Long, que foi chamada de Tatiana ao nascer, foi adotada por um casal americano quando tinha um ano de idade. Ela vivia em um orfanato na cidade de Bratsk, na Sibéria, há cerca de 3,7 mil quilômetros de Moscou.
A menina, que cresceu em Baltimore, nos Estados Unidos, nasceu sem tornozelos, joelhos e sem a maior parte dos ossos dos pés.
Ainda antes de deixar a Rússia, ela teve a parte inferior das pernas amputadas para usar próteses e aprender a andar.
Anos depois, Jessica se tornou atleta paraolímpica e ganhou 12 medalhas de ouro em três edições dos Jogos.
Após a paraolimpíada de Londres 2012, seus pais biológicos foram encontrados por jornalistas russos e se emocionaram ao falar da menina.
Segundo o jornal Siberian Times, a mãe da para-atleta disse "sentir muito" por tê-la dado para a adoção.
"Na época eu tive medo. Tive que deixá-la para trás. Mas eu cheguei a pensar em pegá-la de volta", afirmou.
"Eu estava sozinha na Sibéria, sem minha mãe e meu pai. Para onde eu iria com ela? Os médicos disseram para eu deixá-la, disseram que eu não podia ajudá-la. Eu a chamei de Tatiana, como minha irmã mais velha."
O pai, Oleg Valtyshev, que tinha 17 anos à época do nascimento da menina, disse que o casal foi pressionado pelos médicos para deixar a menina.
"O que eu poderia ter dito? Eu não poderia ter dito nada porque não estava preparado para isso. Eu fiquei muito chocado com a coisa toda", disse ele.
"Mas não quero falar contra os médicos. Eles disseram: 'A garota tem deformidades e vocês são jovens, vai ser difícil'."
Desde então, o casal teve três outras filhas incluindo outra menina portadora de deficiência. Dasha, de 13 anos, tem características semelhantes às de Jessica e vive com os pais.

'Orgulho'

Natalya e Oleg afirmaram ao canal de TV que tinham a intenção de buscar a filha quando pudessem, mas que ela foi adotada antes.
"As crianças geralmente são mantidas no orfanato até os três anos, e eu tinha certeza de que ninguém iria adotá-la. Eu me informava sobre ela, sabia que ela estava linda, que todos a amavam", disse a mãe.
"No dia 6 de julho de 1993 eu dei à luz minha segunda filha Nastya (Anastasia) e no dia 9 de julho soube que um casal de americanos a adotou."
Nastya descobriu aos 19 anos que tinha uma irmã. Ao canal russo, ela disse que sua mãe confessou que deu Tatiana para a adoção, mas que parecia traumatizada demais para falar a respeito.


Fonte: BBC Brasil

Ex-morador de rua de 13 anos ganha prêmio internacional da paz

Garoto que viveu em lixão fundou organização que já ajudou mais de 10 mil crianças nas Filipinas

REDAÇÃO ÉPOCA

Cris "Kesz" Valdez (Foto: Reprodução/Facebook)
 
Cris “Kesz” Valdez, de 13 anos, ganhou nesta quarta-feira (19), o Prêmio Internacional da Criança pela Paz 2012, em Haia, na Holanda. O garoto, que é ex-morador de rua, foi premiado por seus esforços para melhorar a vida de crianças na mesma condição. Em seu país, nas Filipinas, 246 mil meninos e meninas vivem nas ruas, sujeitos a abusos, violência e ao trabalho infantil.
Kesz sofria violência em casa e foi forçado a trabalhar em um lixão desde pequeno. Aos cinco anos, sofreu queimaduras no braço e nas costas, o que o obrigou a fugir e procurar ajuda, segundo informações dos organizadores do prêmio.

Ele foi acolhido por um grupo cristão e, aos sete anos, começou a ajudar as crianças da comunidade. Toda semana, ele e amigos vão a locais carentes para falar com meninos e meninas sobre higiene, alimentação e direitos das crianças. A ação também é multiplicadora: Kesz ensina a transmitir os conhecimentos a outros. Mais de 10 mil crianças já foram atendidas pela organização fundada por ele, chamada Championing Community Children (Defendendo as Crianças da Comunidade).

O prêmio foi entregue a Kesz pelo vencedor do Nobel da Paz Desmond Tutu, arcebispo da África do Sul. O garoto ganhou 100 mil euros. Durante a cerimônia, ele mandou uma mensagem às crianças do mundo: “nossa saúde é a nossa riqueza! Ser saudável permitirá a vocês brincar, pensar claramente, se levantar e ir para a escola e amar as pessoas ao seu redor, de muitas formas. Para todos no mundo, lembrem-se que a cada dia, 6.000 crianças morrem de doenças relacionadas à falta de saneamento, falta de higiene, e nós podemos fazer algo sobre isso!”

Entre os finalistas do prêmio, feito pela organização Kids Rights (Direitos das Crianças), estavam uma garota de 15 anos de Gana e outra, de 16, da Índia. Mais de 90 crianças que lideram ações sociais pelo mundo disputaram a indicação.

terça-feira, 18 de setembro de 2012

Menino doa os longos fios de cabelo para fazer perucas para crianças com câncer


Crescer


   Reprodução
O pequeno James Damski, 3 anos, teve seus longos cabelos cortados por uma boa causa! O menino resolveu doá-los para que sejam feitas percuas para crianças com câncer.

James se recusava a deixar a mãe Steph cortar suas madeixas douradas, apesar de, muitas vezes, ter sido provocado por outras crianças e até mesmo confundido com uma garota.

Ele finalmente concordou em abrir mãos dos longos fios após assistir a um programa de TV sobre doação de cabelo para caridade com a finalidade de confeccionar perucas para crianças que perderam o cabelo após o tratamento contra o câncer.

Steph, 33, de Crawley, West Sussex, disse ao jornal britânico The Sun: “Ele estava inflexível. Ele queria de qualquer jeito dar seu cabelo para as pequenas garotas que apareceram na TV”. Gesto nobre, não?

A cura pelos genes

Após décadas de tratamentos experimentais, foi aprovada na União Europeia a primeira terapia gênica oficial fora da China. A popularização da técnica pode significar desde a cura para pacientes com doenças raras até promover melhorias no corpo humano

Aretha Yarak
Na terapia gênica, o DNA defeituoso é substituído por uma cópia que funciona normalmente
Na terapia gênica, o DNA defeituoso é substituído por uma cópia que funciona normalmente (Thinkstock)
 
Abril de 2002. A única esperança de Rhys Evans era um vírus. Portador da síndrome da imunodeficiência combinada grave (SCID, sigla em inglês), também conhecida como doença do menino bolha, o britânico, então com 18 meses, recebeu uma injeção na veia contendo um vírus que carregava um gene alterado em laboratório. Ao entrar na corrente sanguínea de Evans, o microorganismo ligou-se às células da medula óssea. Arremessado para dentro do núcleo, o novo gene começou, então, a mudar as ordens para que as células de defesa passassem a ser produzidas.
Atualmente, Rhys Evans ainda depende de remédios diários e de injeções semanais para se manter saudável. Mas a terapia gênica, uma novidade que parecia ficção científica na época, salvou a vida do garoto — pacientes com SCID costumam viver por apenas dois anos. Agora, dez anos depois do tratamento pioneiro, a Agência Europeia de Medicamentos (EMA, sigla em inglês) aprovou a primeira terapia gênica do continente, a primeira no mundo fora da China (onde o rigor com esse tipo de pesquisa ainda não é tão grande). O Glybera, nome da terapia, é destinado a pacientes vítimas de uma doença rara que provoca inflamações no pâncreas. Tudo indica que esse tipo de tratamento vá se tornar comum (veja na lista abaixo o que já está dando certo).

Criado em 1972 pelos cientistas americanos Theodore Friedmann e Richard Roblin, o conceito da terapia gênica consiste na troca de um gene "defeituoso" por outro normal. Para que isso seja possível, são retiradas amostras genéticas do paciente. Em seguida, o gene que carrega o DNA com defeito é isolado e se produz uma nova cópia dele sem o problema original. Esse novo gene, chamado de gene terapêutico, é, então, inserido em um vetor. Normalmente, o vetor escolhido é um vírus, organismo especializado em invadir células. Depois de injetado na célula, o novo DNA substitui o DNA defeituoso ao se integrar ao genoma celular e começa a dar ordens ao organismo. As células que receberam esse novo gene se multiplicam, perpetuando a novidade no organismo. Essa troca de DNA pode funcionar como um tratamento eficaz para doenças hereditárias — como no caso do britânico Rhys.

"É como se a fita do genoma fosse um zíper com um dente faltando. Uma maneira de corrigir o problema é colocar um durex no lugar do dente que está faltando. Assim, o zíper volta a fechar com mais facilidade, apesar de não escorregar de maneira perfeita. O mecanismo de correção é a terapia gênica. O durex em si é o gene alterado inserido na célula", explica Mayana Zatz, geneticista da Universidade de São Paulo (USP) e colunista do site de VEJA.

Perguntas & respostas

  • O que é terapia gênica? Técnica que permite corrigir genes que estão alterados e que são responsáveis pelo desenvolvimento de doenças.
  • O que é possível fazer com a terapia? Na abordagem mais usada pelos pesquisadores, um gene normal é inserido em uma região não específica do genoma para substituir um gene alterado. Além dessa abordagem, pode-se ainda alterar a maneira como um gene é ligado ou desligado, trocar o gene alterado por um normal ou consertar o gene alterado por mutações seletivas.
  • Como funciona a terapia gênica? Um gene “normal” é inserido no genoma para substituir o gene alterado causador de doença. Um veículo molecular chamado de vetor, normalmente um vírus, é utilizado para entregar o gene terapêutico às células alvo no paciente. Essas células são, então, infetadas com o vetor viral. O vetor entrega o material genético contendo o gene terapêutico humano à célula alvo. É gerada uma proteína funcional, produto do gene terapêutico inserido, que restaura a célula alvo ao seu estado normal.
  • Quais os tipos de vírus mais utilizados? O adenovírus (vírus da gripe), vírus associados ao adenovírus, o vírus da herpes e o retrovírus.
  • Quais os outros vetores possíveis? Entre as técnicas não-virais, a mais simples é a introdução direta do DNA terapêutico na célula alvo. O método, no entanto, é limitado porque pode ser usado apenas em certos tecidos e exige grandes quantidades de DNA. Os lipossomos (vesículas formadas por fosfolipídios em meio aquoso) também estão sendo estudados como vetores. Pode-se ainda inserir o gene ligando-os quimicamente a receptores células específicos.
Tratamento pioneiro — Existem hoje mais de 50.000 pesquisas em terapia gênica elencadas pelo PubMed, principal banco de dados online de pesquisas de saúde. Ainda assim, apenas três tratamentos feitos com terapia gênica estão liberados para uso no planeta. Dois pela China e um pela União Europeia. Aprovado em julho deste ano pela EMA, o Glybera é um adenovírus que codifica a lipoproteína lipase para o tratamento de pacientes com deficiência na produção dessa enzima. Essa condição rara é caracterizada por crises de pancreatite severas ou múltiplas.
A doença é causada por uma mutação genética que impede a produção da enzima, necessária para a quebra de partículas de gordura no sangue, que se formam após as refeições. Sem essa enzima, a gordura pode se acumular tanto que a cor do sangue chega a ficar meio esbranquiçada. Pacientes com essa condição são muito mais suscetíveis a terem crises de inflamação no pâncreas. Atualmente, o único tratamento disponível é uma dieta extremamente baixa em gordura. No tratamento com o Glybera, são inseridas no organismo do paciente cópias corretas do gene responsável pela produção da lipoproteína lipase. De acordo com a EMA, um tratamento único, que consiste na injeção em diversos pontos dos músculos da perna, pode fazer com que haja uma produção — mesmo que parcial — das enzimas por diversos anos. O paciente não chega, no entanto, ao estado considerado normal de quebra de gorduras. Ele consegue produzir, no entanto, quantias suficientes da enzima para que possa viver com mais qualidade de vida.
Além do tratamento de doenças, a terapia gênica poderá aperfeiçoar o corpo humano. Especialistas do Centro Nacional de Pesquisa em Câncer (CNIO, na sigla em espanhol), na Espanha, mostraram que a longevidade de animais pode ser aumentada com terapia genética aplicada na fase adulta. Nos testes, os pesquisadores utilizaram camundongos adultos (um ano de idade) e idosos (dois anos de idade). Após receberam a terapia gênica, o primeiro grupo viveu, em média, por 24% mais tempo, enquanto os camundongos idosos tiveram um aumento de 13% na expectativa de vida. Além da longevidade, relatou o estudo, a saúde dos animais melhorou consideravelmente, retardando o surgimento de doenças relacionadas à idade, como osteoporose e resistência à insulina, e mantendo por mais tempo funções como a coordenação neuromuscular.
Outra pesquisa, desenvolvida na Universidade de Cornell, nos Estados Unidos, e testada em ratos, pode no futuro acabar com o vício em nicotina. O tratamento altera os genes do fígado do paciente, para que ele passe a produzir anticorpos que "atacam" a nicotina, impedindo que ela se ligue aos receptores de prazer do cérebro.


As terapias gênicas que têm dado certo

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Maior expectativa de vida

Testes feitos em camundongos adultos (um ano de idade) aumentaram em até 24% a longevidade dos animais, depois de aumentarem a produção da enzima telomerase. Essa enzima é essencial no retardo do processo de envelhecimento, pois recompõem as extremidades dos cromossomos – essas estruturas encurtam com o passar do tempo. No camundongos idosos (dois anos) esse aumento na longevidade foi de 13%. Por retardar o envelhecimento, a terapia conseguiu ainda melhorar a saúde dos animais, retardando o surgimento de doenças relacionadas à idade, como osteoporose e resistência à insulina.

Doenças sem cura — Embora a terapia gênica seja um tratamento promissor para diversas doenças, principalmente as hereditárias e alguns tipos de câncer, a maior barreira é a utilização em larga escala. De acordo com a geneticista Mayana Zatz, a tecnologia não está apurada o suficiente para que se tenha controle absoluto sobre a inserção desse gene. A ciência não consegue ainda prever com certeza de que ele vai funcionar corretamente. Em caso de erros na substituição dos genes, ou mesmo quando um material não se integra no genoma, problemas sérios de saúde podem acontecer. Há riscos de desenvolvimento de tumores, por exemplo, ou de uma resposta imunológica muito forte, perigosa ao organismo. Por causa do pouco domínio da técnica, a terapia vem sendo testada comumente em doenças sem cura. E ainda enfrenta dificuldades para deixar os laboratórios. "Se alguém consegue conviver bem com determinada condição, por que arriscar com a terapia gênica?", diz Carlos Frederico Menck, especialista em genética e professor do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) da USP.
Em alguns casos, os efeitos terapêuticos podem, ainda, ser inesperadamente transitórios, como no caso de uma pesquisa realizada pelo médico Renato Kalil, do Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul, em 2009. O cardiologista conseguiu aumentar o número de vasos sanguíneos no coração de 13 pacientes. Mas, doze meses depois do procedimento, os pequenos vasos que haviam se formado desapareceram. "Os primeiros testes não tiveram sucesso, mas hoje temos melhores resultados para doenças como Parkinson e leucemia, por exemplo", diz Roberto Araújo, professor de pesquisa clínica do Instituto de Ciência, Tecnologia e Qualidade (ICTQ) e diretor de pesquisa clínica no RDO R&D.

Material derivado do vidro pode servir como enxerto para ossos
 
 
JOÃO ALBERTO PEDRINI
DE RIBERÃO PRETO

Uma pesquisa desenvolvida na UFSCar (Universidade Federal de São Carlos) propõe uma nova técnica para a realização de enxertos ósseos, usando um material produzido a partir do biosilicato (pó de vitrocerâmica).
Segundo os pesquisadores do LaMav (Laboratório de Materiais Vítreos), o produto, obtido por meio de um processo de cristalização de vidros, pode ser vantajoso quando comparado ao método mais usado hoje: o enxerto autógeno, com material do próprio paciente.
O enxerto ósseo é um procedimento cirúrgico feito em pacientes que perderam parte de um osso. Isso ocorre, por exemplo, quando acontece um acidente ou quando um tumor é removido. A aplicação é feita para corrigir a falha em decorrência da lesão.

Editoria de arte/folhapress
Ana Cândida Martins, professora do Departamento de Engenharia de Materiais da UFSCar, diz que o novo material é altamente bioativo, ou seja, possui enorme habilidade de interação com o osso e de levar à sua regeneração.
"É um produto poroso. O tecido cresce dentro desse material, e experiências até agora indicam que não há rejeição do organismo."
O doutorando Murilo Camuri Crovace, que iniciou a pesquisa, diz que já foram feitos, por mais de cinco anos, testes in vitro e em animais, com eficácia comprovada da técnica em aplicações na tíbia de roedores.
O próximo passo é achar parceiros para o início de testes em humanos. Ele estima que a opção pode estar disponível no mercado daqui a cinco ou dez anos.
Crovace afirma ainda que o material poderá ser produzido em formas irregulares para se adequar às dimensões do defeito ósseo de cada paciente. "O médico poderia esculpir o produto no momento da cirurgia."
Segundo o pesquisador, também podem ser usadas técnicas como a prototipagem rápida, o que permitirá, a partir de dados obtidos por meio de tomografia, construir pedaços do produto do tamanho exato das lesões.

MENOS INFECÇÕES
O presidente do comitê de reconstrução e alongamento ósseo da Sbot (Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia), Rubens Antônio Fichelli Júnior, afirma que a busca por um material que substitua o procedimento de enxerto autólogo, com material do próprio paciente, em lesões ósseas é constante e importante para a medicina.
"Se esses estudos avançarem e a eficácia for comprovada, isso vai facilitar as cirurgias, podendo, no futuro, diminuir riscos de infecções, além de permitir preencher um espaço muito maior de falha [no osso lesionado]."

Fonte: Folha SP

Ter um animal de estimação traz alegria, qualidade de vida e saúde
 

Carla Uerlings
Do UOL, em São Paulo
 
Para os humanos, a relação com seus animais de estimação é como um resgate da natureza
Para os humanos, a relação com seus animais de estimação é como um resgate da natureza
Um casamento pode se desfazer em pouco tempo. Já a relação entre um humano e seu bicho de estimação, quase sempre, cumpre o “até que a morte os separe”. É assim há pelo menos 10 mil anos, desde que o homem domesticou cão e gato. Aos poucos, tornaram-se companheiros inseparáveis e essa relação foi evoluindo ao longo do tempo.

Filmes como “Marley e Eu” e “Para sempre ao seu lado”, que mostram o relacionamento entre os humanos e seus animais de estimação, não só foram sucesso de bilheteria como levaram plateias às lágrimas.

Hoje, pesquisas e estudos em todo o mundo demonstram que a convivência com os animais traz tranquilidade e bem-estar às pessoas. Alexandre Rossi, especialista em comportamento animal e atualmente com o programa “Missão Pet” no canal a cabo Nat Geo, vivencia de perto essa interação benéfica.

“Quando levamos cães em locais com pessoas doentes, em especial crianças, e idosos, constatamos a alegria que trazem. A relação é muito diferente se há apenas humanos nas visitas”, relata Rossi.

O zootecnista lembra-se, em especial, de um golden retriever. “Era muito interessante, porque ele sempre dava carinho e atenção à criança que mais parecia triste. Ficava do lado e, aos poucos, ela começava a brincar.”

Uma extensão de si mesmo

  • Detento convive com gato em penitenciária dos Estados Unidos; segundo pesquisas, os felinos ajudam a trazer o lado sensível destes homens
Rossi explica que, ao contrário dos visitantes que se comovem com as histórias e muitas vezes não conseguem dar força às crianças e velhinhos, os cães trazem leveza ao ambiente. “Eles brincam, fazem algo engraçado e proporcionam momentos de muita descontração.”

Para quem perdeu a capacidade de se locomover, por acidente ou até mesmo pela idade avançada, estar perto de um animal é se realizar através dele. “Quando essa pessoa vê um cachorro brincando e correndo como louco, é como se fosse uma extensão dele”, analisa Rossi.

Além disso, para quem quer emagrecer, ter um cão é uma excelente pedida. Isso porque é necessário fazer passeios diários, assim, sem perceber, a pessoa está se exercitando. Sem contar que, no caminho, vai fazendo amizades e conhecendo gente nova.

Relacionamento saudável

Você é gateiro ou cachorreiro?

  • Você já parou para pensar por que gosta mais de cachorro ou gato? Por que se identifica mais com Garfield ou Odie?
    Segundo o professor Carlos C. Alberts, a diferença de comportamento dos dois animais pode explicar essa preferência. “O cachorro vê o ser humano como um líder. Em uma matilha, todos os cães querem agradar o líder, o veneram e são condicionados a ele”, comenta. Geralmente, uma pessoa que não se incomode com essa relação de dependência, se dará melhor com um cão.
    Um gato visualiza o dono mais como uma mãe ou irmão mais velho. “Sua célula social é a família. Ele é amoroso, mas faz o que quer, tem certa independência”, explica o professor. Nesse caso, alguém que tenha as mesmas características escolherá um felino.
  •  
Que conviver com animais desde cedo faz bem à saúde, proporcionando o aparecimento de anticorpos e, deste modo, evitando futuras alergias, já está comprovado cientificamente.

Agora, estudos já demonstraram que o contato com os animais aumenta a produção de endorfina no organismo, o hormônio que causa prazer e sensação de bem-estar. Além disso, o convívio com um cão ou gato diminui a pressão sanguínea, os níveis de colesterol e do estresse e também reduz o risco de problemas cardiovasculares.

Nos Estados Unidos, cachorros e gatos têm sido usados em prisões como forma de melhorar o clima interno. Em uma penitenciária feminina de Bedford Hills, as detentas ajudam a adestrar filhotes de labradores e golden retrievers. Após um ano, eles são doados a pessoas com deficiência físicas ou com estresse pós-traumático, como ex-veteranos de guerra.

Em prisões de vários Estados, graças a parcerias com abrigos de animais, gatos que estavam prestes a serem sacrificados são enviados para que os prisioneiros cuidem deles. Muitos destes, no corredor da morte. Para as autoridades locais, os gatos trazem o lado sensível daqueles homens, como se fossem crianças. Além disso, a presença dos felinos alivia a raiva e tira o estresse e a agressividade destes condenados.


Cuide bem de seu pet

Alexandre Rossi dá dicas de como ter uma relação equilibrada com seu bichinho:
Não mime seu cão ou gato. Isso não é saudável nem para o animal, nem para você. Contrariado, ele pode ter atitudes agressivas
Não facilite a vida de seu pet. Ele precisa preservar os instintos. Faço-o farejar o que quer, use brinquedos que soltem a ração aos poucos
Caminhe, brinque com bolinha, faça com que ele se exercite. Isso é fundamental para a saúde dos animais
Se você tem um cão, leve-o para passear, assim ele mantém contato com outros de sua raça
Lembrem-se de que os animais, assim como os humanos, gostam de atenção e carinho
 
Resgate da natureza

Segundo a Abinpet (Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação), até o fim do ano, teremos 37,1 milhões de cachorros e 21,4 milhões de gatos espalhados pelo país. É só andar pelas ruas ou visitar casas e apartamentos para confirmar esses números.

Essa grande quantidade de pets na vida das pessoas talvez seja a busca de algo que se perdeu com a vida corrida e estressante. “Hoje, vivemos em um mundo com aspecto artificial, rodeado de tecnologia e praticamente sem natureza por perto. A relação com os animais é uma forma de resgatar esse contato. É a ligação do ser humano com algo mais natural”, explica Carlos C. Alberts, professor de zoologia da UNESP no campus de Assis.

Muitas vezes as pessoas estão cansadas de interagir umas com as outras e elegem os animais para ter uma relação mais estável e até prazerosa. “Os animais têm um comportamento automático. Quando percebem que outro é mais forte, eles se submetem. Aí não há conflito e a relação torna-se mais fácil”, comenta o professor Alberts.

E não deixa de ser muito prazeroso chegar em casa e ser recebido com lambidas e pulos dos cães ou daquele entrelace dançante entre as pernas que só os gatos sabem fazer.


Cão de morador de rua leva facada para defender o dono de ladrão

  • Pessoas que circulam pelo bairro da Saúde, em São Paulo, se comovem com a relação de Sebastião Palermo e seus cães, Fred (à direita) e Diana. Morador de rua há 20 anos, Sebastião considera os animais como sua família.
    O sentimento de fidelidade e amor pode ser traduzido pela atitude de Fred, que levou uma facada só para defender o dono de um ladrão. “Estava dormindo em frente a uma loja e um homem veio me roubar. O Fred percebeu, foi em cima dele e acabou levando a facada”, relembra.
    O cachorro foi ajudado por moradores do local e, após passar por cirurgia, está bem. Sebastião cuida dele desde quando era filhotinho. “O Fred é filho da Diana. Eles são fundamentais na minha vida. Não sei o que seria de mim sem os dois”
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Percepção que ajuda e salva

Além de proporcionar bem-estar psicológico, os animais também podem ajudar os seres humanos de formas surpreendentes. Pesquisas comprovaram que cães ajudam a detectar cânceres precoces. Por seu olfato apurado, os cachorros descobrem a doença pelo cheiro alterado das pessoas que apenas eles conseguem sentir.

Mas os felinos não ficam atrás. O professor Alberts relata a história de um homem de 60 anos que descobriu estar com um tumor graças a seu gato. De uma hora para a outra, o animal começou a colocar a patinha próxima ao peito do dono e a miar sem parar. Fez isso várias vezes, sempre no mesmo lugar. “A pessoa ficou cismada, procurou um médico e recebeu o diagnóstico de um tumor que começava a se formar.”

Já especialistas do Centro de Pesquisa do Hospital de Brest, na França, comprovaram que crianças autistas que passaram a ter um cão ou um gato, quando já tinham mais de cinco anos de idade, têm mais chance de apresentar melhora no relacionamento com outras pessoas se comparadas a outras que já nasceram em lares com a presença algum bicho ou que passaram a vida sem conviver com um.

Lorcan Dillon, um garoto inglês de sete anos, diagnosticado como portador de mutismo seletivo ainda aos três anos de idade, começou a se relacionar melhor com outras pessoas após ganhar uma gata. Sua mãe conta que ele costuma dizer à gata “Eu te amo, Jessy”, fora que a felina participa com ele de atividades e o ajuda a ter mais autoconfiança.

Também não é incomum vermos casos de animais que alertaram seus tutores em casos de incêndios e até em terremotos e tsunamis, como os do Japão. E, assim, conseguiram salvar suas vidas.
  • Letícia Cristina de Souza Teixeira, aos quatro anos, e sua gata Marie "Cristina" em sua casa, em São Bernardo do Campo (SP), em foto de setembro de 2009. A menina que nasceu com hidrocefalia e faz fisioterapia desde os 4 meses de idade passou a ser mais persistente no tratamento depois que ganhou o bichinho de estimação
Gol é condenada a indenizar criança deficiente por dano moral
 

A companhia aérea Gol foi condenada nesta segunda-feira a pagar R$ 62 mil de indenização por danos morais a uma menina com paralisia cerebral por ter se negado a embarcar a criança e transportá-la em um assento.
Na ocasião, outubro de 2011, a companhia aérea informou que só iria autorizar o embarque se o transporte fosse feito em maca.
A condenação judicial também prevê o pagamento de multa de R$ 300 mil pelo descumprimento de decisão liminar (provisória) que assegurava o direito da menina ao embarque, em sua respectiva poltrona, cabendo à companhia aérea fornecer o equipamento adicional de segurança.
A decisão é do juiz Rudolf Carlos Reitz, da 2ª Vara Criminal e do Juizado da Infância e Juventude de Bento Gonçalves (a 113 km de Porto Alegre), onde foi ajuizada a ação.
O juiz determinou que o dinheiro da multa deverá ser pago em favor do Fundo Municipal da Infância e Juventude de Bento Gonçalves.

O CASO
Representada pelo pai, a menina entrou com ação pedindo que a empresa fosse obrigada a embarcá-la em voo com saída programada para o dia 22 de outubro com destino a Porto Seguro, onde passaria férias com a família.
Ele entrou com a ação após receber um e-mail da companhia informando que o embarque não seria possível.
O pai havia preenchido formulário sobre as condições de saúde da filha, acompanhado de atestado médico. Mas a Gol argumentou que a menina tinha três anos, e as normas de segurança estabelecidas pelas autoridades não permitiam que fosse transportada no colo em pousos e decolagens, sendo possível o embarque somente em maca.
A liminar foi concedida com base em resolução da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) que veda tratamento discriminatório a deficientes. O juiz determinou que o embarque em maca era desnecessário e "atentatório à dignidade da criança".
Mesmo com a decisão, a empresa aérea não forneceu o equipamento adicional de segurança, e a criança acabou transportada no colo da mãe, o que é vedado pelas autoridades aeronáuticas.

OUTRO LADO
Por meio de sua assessoria de imprensa, a Gol informou que "se manifestará nos autos do processo".


Fonte: Folha de SP

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Menino de 8 anos doa dinheiro de prêmio a amiga com leucemia


Garoto do interior do estado de Illinois usou prêmio de mil dólares para pagar sessões de quimioterapia da vizinha de 2 anos.
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Essa é uma grande história de amizade, uma amizade muito especial entre duas crianças e um gesto enorme de solidariedade.

Wyatt Erber tem 8 anos e Cara Kielty tem só 2 aninhos. Wyatt gosta de futebol. "É um esporte interessante. Você defende, chuta. É divertido", diz ele.

Cara Kielty ainda nem fala direito. É a mãe dela quem conta sobre o programa favorito da menina. "Cara adora ver desenhos na TV. Mickey Mouse é o personagem de que ela mais gosta", diz Trisha Kielty.

Na casa de Wyatt, a tela mais popular é a do videogame. Já a garotinha se diverte com bolsa de mulher. Da mãe, no caso. Tira um documento, um chiclete e o álcool gel.

Cara vive cinco casas adiante de Wyatt. São vizinhos e se encontram com frequência na rua. Mas o que une essas duas crianças não é a proximidade ou o fato de viverem no mesmo condomínio na cidade de Edwardsville, no interior do estado de Illinois. O garoto participou de uma gincana promovida por um banco da região. Durou dois meses e meio e ele venceu. Sabe o que ele fez com o prêmio?

US$ 1 mil, pouco mais de R$ 2 mil. Teve até cerimônia para receber o checão, mas o dinheiro não ficou nem um segundo com ele. Wyatt decidiu doar todo o prêmio. Para quem? Para a vizinha Cara.

“Quando ele me ligou, o primeiro sentimento foi: não, isso não vai acontecer. Você é um garoto de 8 anos, pegue seu dinheiro, compre um videogame, tome seu sorvete, mas isso não vai acontecer", relembra a mãe de Cara.

O pai de Wyatt ficou orgulhoso. "Foi um gesto muito bonito", resume Jeff Erber.

“Fiquei em choque. Jamais imaginei que ele fosse fazer isso", conta a mãe do garoto, Noelle.

Mas por que essa reação toda? É que antes de doar, Wyatt perguntou à mãe: “Com US$ 1 mil, quantas sessões de quimioterapia Cara poderá fazer?”. É isso: Cara Kielty tem câncer.

Em maio deste ano, a garotinha teve uma dor de ouvido e uma febre alta. Nenhum antibiótico funcionou. Uma semana depois, veio o diagnóstico: era leucemia, um câncer que surge na medula óssea.

Cara ficou quase 20 dias internada. Fez cirurgias e várias transfusões de sangue. Agora, uma vez por semana, faz quimioterapia.

“Eu achei que essa doação pudesse ser boa para ela. Eu simplesmente achei que ela fosse gostar disso", conta Wyatt na maior naturalidade.

Mas de onde vem esse gesto tão solidário? A mãe do garoto busca uma explicação.

“Há alguns anos, nós começamos a fazer biscoitos para vender e ajudar a Associação Nacional das Crianças com Câncer. Acho que aí ele aprendeu algo sobre essa doença e a importância do dinheiro para o tratamento”.

Nem parece que se fala de uma criança de 8 e de outra de 2 anos. São melhores amigos, que se divertem derrubando cubos de plástico empilhados. A mãe de Cara conta que a filha está respondendo à quimioterapia. Os médicos dizem que a menina tem 90% de chance de ficar curada.

“Eu estou anotando tudo, fazendo um livro para ela ler depois, quando crescer, e saber o quanto foi amada", diz Trisha.

Mas a pequena parece que já anda entendendo tudo, pelo tanto que agradece ao amigo Wyatt.



Fonte: Globo.com
Roupa especial ajuda criança com deficiência

 
AGUIRRE TALENTO
DE BELÉM

Uma roupa especial em desenvolvimento na UEPA (Universidade do Estado do Pará) vem ajudando crianças com deficiência neuromotora a aprender a se movimentar e a ter uma postura correta.
Esse tipo de roupa já é fabricado no exterior, mas a comercialização no Brasil esbarra no preço: R$ 2.000.
O diferencial da universidade paraense é usar material de baixo custo para produzi-la a R$ 600. Nesse valor estará embutido o material (laicra e anéis de metal), a mão de obra e o pagamento a um profissional que fará os ajustes ao corpo do usuário.

Tarso Sarraf/Folhapress
Rafael, que tem paralisia cerebral, testa o traje com a pesquisadora Larissa Prazeres (branco) e a fisioterapeuta Larissa Rosa
Rafael, que tem paralisia cerebral, testa o traje com a pesquisadora Larissa Prazeres (branco) e a fisioterapeuta Larissa Rosa
Os primeiros modelos devem ficar prontos ainda neste ano e serão direcionados a crianças de até oito anos. A produção comercial, porém, só deve começar em 2013.
A universidade negocia com uma empresa paulista interessada no negócio.
A roupa está sendo testada em crianças com deficiência neuromotora da Unidade de Referência Especial em Reabilitação Infantil, em Belém.
Uma delas é Rafael, 2, que tem paralisia cerebral e, por isso, apresenta dificuldades para se movimentar e manter a postura correta. Com a roupa, ele tem postura mais firme e, auxiliado por fisioterapeutas, caminha com mais facilidade.
O projeto é da pesquisadora Larissa Prazeres e faz parte do Núcleo de Desenvolvimento em Tecnologia Assistiva e Acessibilidade (Nedeta), da universidade. A instituição recebeu R$ 300 mil do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação para desenvolver essa e outras pesquisas de acessibilidade.
A roupa biocinética, como foi batizada, possui anéis de metal localizados nas regiões de alguns músculos, como joelho, tronco e quadril. Ela fica justa no corpo e, com isso, corrige a postura. Os anéis metálicos suprem a força que o músculo não tem. Assim, ajudam a executar movimentos e passam ao cérebro informações neurossensoriais.
"É como um computador: vai mandando mensagens corretas para o cérebro, o corpo se ajusta, e o cérebro deleta as mensagens incorretas", explica Ana Irene de Oliveira, coordenadora do Nedeta.
Com o tempo, o cérebro vai assimilando os movimentos corretos para que a roupa não seja mais necessária. A ideia é que ela seja usada diariamente, num trabalho conjunto ao do fisioterapia.
Segundo Leonice Carneiro, fisioterapeuta do Centro de Reabilitação e Readaptação Dr. Henrique Santillo, em Goiás, o tratamento é indicado para crianças sem deformidades fixas, como torções ósseas ou alterações musculares (músculo encurtado ou com deformidade articular).
"Quanto mais nova ela começa a usar a roupa, maior a eficácia", diz Carneiro.


Fonte:Folha SP

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

O modo de preparo do alimento pode trazer riscos à saúde; veja mitos e verdades da cozinha
 

Marina Kuzuyabu
Do UOL, em São Paulo
       
Desde a descoberta do fogo, o homem não parou de inventar utensílios e técnicas para preparar suas refeições. Assim, um mesmo alimento pode ser frito, assado, cozido, refogado, grelhado, defumado, entre tantas outras possibilidades.

Também há uma enorme variedade de panelas e recipientes – as opções vão do ferro ao plástico, passando pelo alumínio, cobre, vidro e outros materiais – e formas de utilizar e reter o calor. Há quem prefira o forno convencional a gás, enquanto outros, pela praticidade, abusam do micro-ondas para aquecer pratos, bebidas e até cozinhar arroz, legumes e vegetais. Vale mencionar ainda as churrasqueiras e os grills elétricos entre os mais utilizados.

Dependendo da escolha, mudam os sabores, as texturas, os aromas e as cores dos alimentos. Outra mudança se dá sobre os efeitos para a saúde. Isso ocorre porque algumas técnicas retêm uma quantidade maior de nutrientes e até eliminam boa parte da gordura presente em uma carne, por exemplo.

Da mesma forma, outras podem até dobrar a quantidade de calorias. “É o que ocorre, por exemplo, quando você frita a couve-flor, em vez de fazê-la no vapor”, explica José Alves Lara Neto, nutrólogo da Associação Brasileira de Nutrologia (ABRAN).
Apesar disso, o especialista diz que todas as técnicas, embora umas sejam mais saudáveis que outras, podem ser empregadas. “Foi graças a essa variabilidade que o homem conseguiu evoluir e alcançar o atual estágio de desenvolvimento. Todos os meios podem ser utilizados, desde que haja um equilíbrio entre eles”, informa.
 
Efeitos indiretos

Os impactos sobre à saúde também estão atrelados ao material com que são fabricadas as panelas, assadeiras, formas, tábuas de corte e demais acessórios. Aparência, durabilidade e funcionalidade são os itens mais observados no momento da compra, porém, é preciso considerar as consequências que alguns deles podem ter para o organismo, como alerta Gabriel Biancardi, nutrólogo do Hospital 9 de Julho.
O assunto é polêmico, porém, a verdade é que praticamente não há panelas e utensílios que não tenham algum composto que faça mal ao ser humano. “Algumas panelas liberam metais pesados, como alumínio, cádmio e chumbo. São elementos que contaminam os alimentos e consequentemente quem os consome”, relata Biancardi.
Por esse motivo, o consumidor deve se informar e usar panelas e utensílios de diferentes materiais, sempre com parcimônia. Assim, como não existe um modelo ideal, o aconselhável é ter panelas, não só o popular inox, mas também de vidro, alumínio, teflon e ferro. O mesmo vale para recipientes que podem ser de plástico, porcelana e silicone.
A medida deve ser seguida principalmente por quem sofre de alergias e outras patologias que possam ser agravadas com a ingestão de determinados elementos químicos.
O problema também pode ser evitado com a escolha de fabricantes certificados por órgãos competentes, como a Agência de Vigilância Sanitária (Anvisa) e o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), e ainda com a substituição dos itens por outros com função semelhante, mas fabricados com outros materiais.

Vilani Figueiredo Dias, mestre em Ciências da Nutrição e docente-coordenadora do curso Nutrição e Dietética do Senac São Paulo (unidade Penha), e Isabel Cristina Bonfim os Santos Pinto, nutricionista e professora do mesmo curso e instituição, mencionam que há vários acessórios feitos com plásticos polietileno que podem ser adotados na cozinha com segurança enquanto estiverem íntegros, sem riscos ou manchas amareladas.

Impermeabilização caseira

No caso das panelas, existe ainda a possibilidade de recorrer a alguns truques. Késia Diego Quintaes, doutora em Alimentos e Nutrição, professora da Universidade Federal de Ouro Preto e autora do livro "Tudo sobre Panelas" (Ed. Atlântica, 2010), ensina um procedimento para impermeabilizar os recipientes de pedra-sabão e reduzir a transferência de níquel para os alimentos.

Para isso, deve-se untar, com óleo vegetal refinado, as partes interna e externa da panela e da tampa. Feito isso, basta preencher o interior com água (em temperatura ambiente), tampar e levar ao forno, a 200°C (não há necessidade de pré-aquecer), por duas horas. Com o fogo apagado, as duas peças devem ser mantidas no local até o completo resfriamento e, novamente, submetidas ao mesmo processo.
Cão dorme ao lado do túmulo do dono há seis anos



Um cão de Córdoba (Argentina) mostra que o amor pode mesmo ser eterno. Fiel, Capitán dorme ao lado do túmulo do dono, Miguel, há seis anos.

Miguel morreu em 24 de março de 2006. Capitán saiu de casa e, depois de alguns dias, nunca mais foi visto.

Até que a viúva e o filho de Miguel foram ao cemitério e encontraram Capitán ao lado do túmulo.

"Ele se aproximou de nós latindo, como se estivesse chorando", contou Verónica, a viúva, à rádio LV7.

No domingo seguinte, após nova visita, o cão retornou para casa com a viúva e o filho. Pouco tempo depois, entretanto, desapareceu novamente.

E lá se foi para o cemitério...

Ninguém entende como Capitán achou o túmulo de Miguel, já que no dia do enterro o cão ficara em casa.

"Eu acredito na fidelidade do cão. Mas agora vejo com muito mais afeto", comentou Verónica.



Fonte: O Globo

Brasil ganha medalhas nas Paralimpíadas, mas atende mal aos deficientes físicos

 
Jornal do BrasilCaio de Menezes e Renan Almeida Os atletas paralímpicos brasileiros conquistaram em Londres o melhor resultado do país na Paralimpíada. Em 2016 será a vez do Rio de Janeiro receber deficientes físicos de todo o mundo para a competição. O desafio por aqui – além da busca por medalhas – será enfrentar os obstáculos de uma cidade que por muito tempo ignorou os que possuem alguma deficiência.
Diariamente, os mais de 2 milhões de deficientes que vivem no Estado do Rio esbarram na falta de acessibilidade das ruas e dos transportes para realizar suas tarefas rotineiras. As calçadas esburacadas e a falta de rampas deacesso dificultam a circulação dos cadeirantes pela cidade. Pessoas com deficiência visual não contam com o auxílio de aviso sonoro nos sinais de trânsito.
Luciano Alves tendo que andar no meio da rua por conta dos carros estacionados sobre a calçada
Luciano Alves tendo que andar no meio da rua por conta dos carros estacionados sobre a calçada
Segundo a diretora do Instituto Brasileiro dos Direitos da Pessoa com Deficiência(IBDD), Teresa Amaral, o transporte público continua sendo o maior problema. As estações de trem não são adaptadas, nem os vagões. No metrô, as reclamações são contra o mau funcionamento dos elevadores e o sistema de som que, muitas vezes, não informa em que estação está a composição.
Os ônibus, no entanto, começam a ser adaptados. De acordo com a Secretaria Municipal de Transportes, a cidade do Rio possui 8.600 ônibus e 56% da frota é adaptada para deficientes. Em 2008, o decreto 29.896 estabeleceu que toda a frota deve se ajustar até o final 2014.
Teresa afirma que utilizar o trem é sempre um transtorno, e que o sistema de transporte BRT (Bus Rapid Transit) - principal obra de mobilidade urbana relacionada aos grandes eventos que o Rio receberá – não foi bem planejado para os deficientes: “A rampa do BRT que acaba de ser feito é muito inclinada. Das 90 estações da Supervia, apenas Manguinhos e Bonsucesso são acessíveis”
Segundo ela, o Rio decepcionará os turistas que chegarão à cidade para a Paralimpíada. “Não estamos preparados para os nossos deficientes, ainda mais para receber os que vêm de fora”, alerta.
O estudante de jornalismo, Luciano Alves, ficou tetraplégico em 2002 após se acidentar nas pedras do Arpoador. Ele conta que as atividades do cotidiano são atrapalhadas desde a porta de sua casa, tanto pela falta de acessibilidade, quanto pela falta de educação das pessoas:
“Saindo de casa, a calçada já não tem rampa de acesso. Mesmo que eu consiga subir, ela é toda esburacada e os carros estacionam em cima. Então temos que andar na rua, nos expondo a riscos”
Deficientes continuam enfrentando dificuldades com acessibilidade no Rio
Deficientes continuam enfrentando dificuldades com acessibilidade no Rio
Ele está no último ano do curso de jornalismo e diz que só conseguiu frequentar a faculdade graças à carona de um amigo. Segundo diz, na maioria das vezes os ônibus não são acessíveis e quando são “muitas vezes o elevador não funciona, ou o motorista não sabe operar”. Lembra ainda que nenhum ônibus que faz integração com o metrô é adaptado. “Se depender da integração não chegamos a lugar algum”, adverte.
Pelas suas explicações, a Zona Sul é a parte da cidade que apresenta melhores condições de acessibilidade. Ele critica o Centro, uma vez que concentra as maiores oportunidades de emprego e deveria servir de modelo, no entanto, afirma que lá é “precária a acessibilidade nas calçadas”. Luciano até admite que houve melhorias: “É precário com relação ao ideal de uma cidade inclusiva, mas houve melhora”.

Power Soccer
As Paralímpiadas de 2016 podem aproximar Luciano do sonho de ver o esporte que pratica estreando na competição. Ele joga Power Soccer, modalidade paradesportiva que basicamente é um futebol para cadeirantes. Os jogadores utilizam cadeiras de rodas motorizadas, equipadas com grade à frente que servem tanto para proteção como para conduzir a bola. A modalidade é reconhecida pelo Comitê Paralímpico Internacional (IPC) e a expectativa da Associação Brasileira de Futebol em Cadeiras de Rodas (ABFC) é de que possa fazer parte das Paralimpíadas já me 2016, no Rio.
O Power Soccer pode ser praticado por pessoas com comprometimento severo dos membros superior e inferior pois utiliza uma cadeira motorizada. “O esporte representa inclusão social, motivação. E o Power Soccer possibilita a participação de pessoas que ficavam fechadas em casa, sem a menor condição de praticar um esporte”, explica Luciano.
Ele lembra, no entanto, que por conta da falta de incentivos, o esporte fica restrito às pessoas com acesso aos equipamentos necessários. “A ABFC está buscando apoios para poder oferecer o esporte a todos porque existem milhares de pessoas sem condições de ter uma cadeira motorizada para poder jogar”

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