quinta-feira, 23 de agosto de 2012

Reumatismo representa segunda maior causa das faltas ao trabalho no Brasil

De acordo com dados da Previdência Social, a Osteoartrite é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho

Dentro do conjunto das doenças osteoarticulares conhecidas popularmente como "reumatismo", a Osteoartrite ou Osteoartrose atinge 16,5% da população maior de 45 anos e chega a alcançar até 65% das pessoas acima de 60 anos. No Brasil, essa enfermidade representa a segunda maior causa das faltas ao trabalho e da aposentadoria por invalidez. De acordo com dados da Previdência Social, a Osteoartrite é responsável por 7,5% de todos os afastamentos do trabalho. A doença é a segunda causa da prorrogação do auxílio-doença, com 10,5%, e o quarto motivo das aposentadorias precoces (6,2%).
 
" A Osteoartrite é uma doença crônica e, por ser altamente incapacitante, afeta substancialmente a qualidade de vida dos pacientes, principalmente pela dor e pela diminuição progressiva de mobilidade" , explica o ortopedista José Francisco Nunes Neto.
 
De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), a Osteoartrite é a quarta doença que mais reduz a qualidade de vida, a cada ano vivido. A doença, também chamada de Osteoartrose (AO), Artrose ou Doença Articular Degenerativa, caracteriza-se pelo desgaste da cartilagem articular e por alterações ósseas, conhecidas popularmente como " bico de papagaio" . Assim há um aumento de atrito entre os ossos que compõe a articulação levando a inflamação e dor.
"Não há cura definitiva para a Osteoartrite, mas o tratamento pode reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente."

Os sintomas da Osteoartrite podem permanecer leves ou mesmo desaparecer por longos períodos quando o paciente é bem assistido e orientado. O sintoma mais importante da Osteoartrose é a dor nas articulações, que costuma começar levemente e aumentar de intensidade no decorrer dos anos. Enrijecimento e diminuição da mobilidade articular também estão entre os sinais possíveis da osteoartrite. " Além do uso de medicamentos, o condicionamento físico, por meio de exercícios aeróbicos, e a redução no ganho de peso são medidas importantes para o controle dos sintomas" , explica o especialista.
 
Não há cura definitiva para a Osteoartrite, mas o tratamento pode reduzir os sintomas e melhorar a qualidade de vida do paciente.

Tratamento
O tratamento deve ser multidisciplinar e buscar melhora funcional, mecânica e clínica. Os tratamentos convencionais para a osteoartrite incluem analgésicos, anti-inflamatórios não esteroides (AINES) e medicamentos condroprotetores (remédios que podem retardar a progressão da doença).
 
Mundialmente se procura uma terapia complementar para a OA, principalmente para os pacientes que tem contra indicações gástricas ao uso de anti-inflamatórios convencionais. É o caso do fitoterápico DC Harpagophytum procumbens DC, usado há alguns anos na Europa e que é atualmente comercializado no Brasil com o nome de Arpadol.
 
Desde 2011, o SUS incluiu o extrato seco de DC Harpagophytum procumbens (Hp) DC, comercializado com o nome de Arpadol no Brasil, na lista de distribuição gratuita. A inclusão foi feita após uma profunda análise das evidências científicas em relação à substância, utilizada há mais de 50 anos na Europa. DC Harpagophytum procumbens (Hp) DC possui 109 estudos publicados sendo 75 pré-clínicos e 34 clínicos. Isso atribuiu ao produto uma ampla classificação de recomendação e evidência científica.
 
 
Fonte: ISaude.net
Pesquisa liga idade avançada dos pais a risco de autismo e esquizofrenia nos filhos

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DO "NEW YORK TIMES"

The New York Times
Homens mais velhos têm maior risco do que os jovens de conceber um filho com autismo ou esquizofrenia, por causa de mutações aleatórias mais numerosas que acumulam. Um estudo publicado nesta quarta (22) na revista "Nature" é o primeiro a quantificar esse efeito a cada ano.
A idade da mãe não teve influência nesses transtornos, segundo a pesquisa.

Especialistas afirmam que o achado não é motivo para desistir da paternidade tardia. O risco para um homem com 40 anos ou mais é de 2% no máximo e há outros fatores biológicos desconhecidos que podem influenciar o desenvolvimento de autismo e esquizofrenia nos filhos.

O novo estudo dá apoio ao argumento de que o crescimento dos diagnósticos de autismo nos últimos anos se deve em parte ao aumento da idade dos pais, fator que poderia responder por até 30% dos casos.

O resultado também contraria o entendimento de que a idade da mãe é o fator mais importante para o desenvolvimento de transtornos do desenvolvimento em crianças. O risco de anormalidades cromossômicas, como síndrome de Down, aumenta quando a mãe é mais velha.
Mas quando se fala de problemas psiquiátricos e de desenvolvimento, o risco genético vem do espermatozoide, não do óvulo, segundo a pesquisa.

CALCULANDO O RISCO
Trabalhos anteriores já haviam sugerido essa relação, mas o novo estudo quantifica o risco pela primeira vez, calculando quanto ele se acumula a cada ano.
Em média, uma criança nascida de um pai de 20 anos tem 25 mutações aleatórias que podem ser atribuídas ao material genético paterno. A cada ano a mais do pai, há duas mutações extras. Filhos de homens de 40 anos têm 65 mutações.

O número médio de mutações vindas da mãe foi de 15, independentemente da idade.
"Esse estudo dá uma das primeiras evidências sólidas de um real aumento dos números do autismo", afirmou Fred Volkmar, diretor do Centro de Estudos da Criança da Escola de Medicina de Yale, não envolvido com a pesquisa.

O trabalho, liderado pela empresa islandesa deCODE Genetics, analisou material genético do sangue de 78 trios de pai, mãe e filho. Eles se concentraram em famílias em que pais sem sinais de doença mental conceberam crianças que desenvolveram autismo ou esquizofrenia.
Essa abordagem permitiu aos cientistas isolar novas mutações em genes da criança, que não estão presentes nos pais.

A maioria das pessoas tem esse tipo de mutação, que ocorre de forma espontânea na concepção ou perto dela. Em geral, as alterações são inofensivas. Mas estudos recentes sugerem que muitas dessas mudanças podem aumentar muito o risco de autismo e esquizofrenia.

DIFERENÇAS ENTRE PAI E MÃE
As diferenças entre o lado materno e paterno são esperadas. Os espermatozoides são formados a cada 15 dias, enquanto que os óvulos são estáveis. As cópias contínuas levam a erros no DNA.
Mesmo assim, quando os pesquisadores removeram o efeito da idade paterna, não encontraram diferenças no risco genético entre os que tinham diagnóstico de autismo ou esquizofrenia e um grupo-controle que não teve.

"É incrível que a idade do pai seja responsável por todo esse aumento de risco, dada a possibilidade dos fatores ambientais e a diversidade da população", afirmou Kari Stefansson, líder do estudo. "Também é surpreendente o pouco efeito da idade da mãe."

Ela afirmou que faz sentido que essas mutações tenham um papel importante em problemas cerebrais. Ao menos 50% dos genes ativos têm alguma função no desenvolvimento neural, então alterações aleatórias têm mais chance de afetar o cérebro do que outros órgãos.

Essas mutações podem responder por 15% a 30% dos casos de autismo e talvez esquizofrenia. Os demais casos seriam resultado de outras mutações hereditárias e fatores ambientais ainda em estudo.

INCONSISTÊNCIAS E IMPLICAÇÕES
Mas a idade do pai sozinha não explica o aumento nos casos de autismo. Nos EUA, por exemplo, a taxa de nascimento de filhos com pais maiores de 40 anos aumentou mais de 30% desde 1980, mas os diagnósticos de autismo foram multiplicados por dez, chegando a um caso por 88 crianças, segundo os dados mais recentes.

Não há dados mostrando um aumento nos diagnósticos de esquizofrenia no período.
Se os resultados desse estudo se confirmarem e forem estendidos a outros problemas mentais, a coleta e o congelamento de espermatozoides de homens jovens para uso futuro pode se tornar uma decisão individual vantajosa, segundo Alexey Kondrashov, da Universidade de Michigan, que assina um editorial sobre o estudo na "Nature".

O professor Evan Eichler, que ensina ciências do genoma na Universidade de Washington, relativiza. "Alguns homens podem ver isso e pensar: 'Quer dizer que vou precisar ter todos os meus filhos enquanto for jovem e bobo?' Claro que não. A maioria dessas mutações não causa nada e há muitos homens de 50 anos com filhos saudáveis."

Editoria de arte/folhapress
Veja doenças e medicamentos que podem causar raiva e mau humor

Inflamações no fígado: desde a medicina antiga, o fígado foi relacionado às emoções e ao excesso de raiva. Doenças que afetam o órgão, como a cirrose e a hepatite, podem se agravar e desencadear um distúrbio chamado encefalopatia hepática. Esta condição pode gerar distúrbios de personalidade, incluindo comportamento rude e agressividade. "Quando o fígado funciona bem, ele trata as substâncias tóxicas do corpo, aproveitando ou eliminando estes elementos. Mas quando ele está debilitado, estas substâncias entram na corrente sanguínea e podem afetar o cérebro", explicou a Dra. Sotkes-Lampard. Foto: Getty Images Algumas doenças ou medicamentos podem aumentar ou desencadear os ataques de raiva e agressividade
Foto: Getty Images
  

Ficar com raiva de alguém ou de uma situação é absolutamente normal, mas estar sempre nervoso ou mal-humorado pode ter explicações que vão além de um gênio difícil. Essas características podem ter causas médicas ou serem resultados de efeitos colaterais de certos tipos de remédios. "Surpreendentemente existe um grande número de doenças que têm a raiva e irritabilidade como sintomas", disse a Dra. Helen Stokes-Lampard, do Royal College of General Practitioners, em entrevista ao jornal britânico Daily Mail. Ela completou: "certos medicamentos também podem evidenciar estes traços da personalidade".

Hipertiroidismo
Uma das doenças mais comuns que têm a raiva como uma das condições é o hipertiroidismo, explicado quando a glândula tireoide trabalha além do necessário produzindo mais hormônio. Gritar com as crianças, com o marido e com os colegas de trabalho pode ser uma reação a esta doença, que afeta uma em cada 100 mulheres no Reino Unido. "O hormônio afeta tudo que se relaciona com o metabolismo do corpo, incluindo os batimentos cardíacos e a temperatura", informou o Dr. Neil Gittoes, endocrinologista da University Hospitals Birmingham. Segundo ele, a presença do excesso de hormônio pelo sangue afeta as atividades do cérebro e, além da irritabilidade, outros sintomas podem ser também a perda de peso, tremores e excesso de suor. O tratamento é feito com medicações que combatem a superprodução do hormônio.

Colesterol alto
Em torno de sete milhões de britânicos tomam remédios para reduzir os níveis de colesterol no sangue e evitar doenças cardíacas. No entanto, uma das reações deste tratamento pode ser o mau humor. Um estudo feito na University of California, nos Estados Unidos, avaliou que seis pacientes que sofriam de irritabilidade excessiva melhoraram após largar estes medicamentos. "Uma teoria é que baixos níveis de colesterol diminuem também a quantidade de serotonina no cérebro, o hormônio responsável pela alegria. Com isso, as pessoas têm maior dificuldade de controlar a raiva", afirmou Steve Bazire, professor da School of Pharmacy. Baixos níveis de serotonina no corpo são associados também à depressão e ao aumento do risco de suicídio. "O risco de depressão é maior em pessoas com baixos e altos níveis de colesterol. Então estar no meio dos dois é o mais seguro", destacou Bazire. Como o uso dos medicamentos é inevitável, a melhor maneira é abaixar os níveis de colesterol devagar, por isso rever com o médico as dosagens dos remédios pode ajudar a controlar a raiva.

Diabetes
O baixo nível de açúcar no sangue pode causar súbitas explosões de raiva. A hipoglicemia, estado determinado por níveis de glicose inferiores ao normal, pode acontecer em pessoas que apresentam diabetes tipos 1 e 2. Quando acontece, ela afeta o cérebro e todo o corpo, causando um desbalanceamento dos componentes químicos, incluindo a serotonina. Em minutos, pode provocar agressividade, raiva, confusão, inquietação e ataques de pânico. O melhor tratamento indicado é comer ou beber alguma coisa que contenha glicose assim que possível e, provavelmente, voltará a se sentir bem em 20 minutos. "Como em alguns casos de diabetes é comum haver baixas do nível de açúcar, a raiva excessiva pode aparecer simplesmente quando a pessoa está com fome", afirmou a Dra. Stokes-Lampard.

Depressão
A depressão não é expressada somente pela tristeza, mas também pela irritabilidade. "Outros sintomas podem ser também raiva, agitação e irritação", disse o Dr. Paul Blenkiron, psiquiatra do Bootham Park Hospital. Estas características são apontados particularmente nos homens, pois eles experimentam menos os sentimentos de falta de esperança e descontentamento com si mesmos do que as mulheres. "Esta forma extrema de depressão afeta 5% das pessoas que têm a doença. Inquietação, insônia e pensamentos negativos também são outros sintomas", explicou a Dra Stokes-Lampard. Como a depressão também é relacionada aos níveis de serotonina no corpo, o tratamento envolve antidepressivos ou terapias alternativas, para tentar afastar os pensamentos negativos. Esta situação é mais difícil de ser diagnosticada, explica a médica. "Como algumas pessoas tendem mesmo a ser mais agressivas que outras, estes sintomas são tratados como características da personalidade. Nestes casos, a medicação pode ainda aumentar estes traços".

Alzheimer
De acordo com que a doença vai avançando, novos distúrbios de comportamento e situações psicológicas aparecem em 90% dos pacientes. Entre estes sintomas, está a agressividade. Segundo o Dr. Michael Gross, neurologista do Spire Bushey Hospital, "estas características podem aparecer muitos anos após o diagnóstico. Esta doença afeta, entre outros locais do cérebro, o lobo frontal, área responsável pela personalidade".

Inflamações no fígado
Desde a medicina antiga, o fígado foi relacionado às emoções e ao excesso de raiva. Doenças que afetam o órgão, como a cirrose e a hepatite, podem se agravar e desencadear um distúrbio chamado encefalopatia hepática. Esta condição pode gerar distúrbios de personalidade, incluindo comportamento rude e agressividade. "Quando o fígado funciona bem, ele trata as substâncias tóxicas do corpo, aproveitando ou eliminando estes elementos. Mas quando ele está debilitado, estas substâncias entram na corrente sanguínea e podem afetar o cérebro", explicou a Dra. Sotkes-Lampard.

Epilepsia
Alguns pacientes têm picos de raiva após convulsões, sintoma que pode durar de poucos minutos até dias. Nestes casos, usar medicamentos específicos é a melhor solução. "As convulsões são desencadeadas por repentinas explosões químicas no cérebro. Isto causa uma interrupção na mensagem passada entre as células e, em casos mais graves, pode determinar rompantes de agressividade e perda de consciência", explicou a Dra. Hannah Cock, neurologista do St. George’s Hospital, de Londres.

Tensão Pré-Menstrual (TPM)
As mulheres sempre passam por "aqueles dias do mês" em que as emoções ficam, muitas vezes, incontroláveis, com picos de raiva e depressão, mas há uma explicação para isso. A síndrome pré-menstrual acontece quando os níveis dos hormônios, como estrógeno e progesterona, caem no fim do ciclo menstrual, geralmente na semana antes da menstruação. "Apesar do mecanismo não ser totalmente entendido pela medicina, este resultado parece ter um efeito devastador sobre a serotonina", disse a Dra. Stokes-Lampard, especialista em saúde da mulher. O mesmo processo pode acontecer também na menopausa, também devido a queda do estrógeno.

Insônia
Dormir mal é uma das causas gerais de distúrbios de comportamento, mas alguns remédios usados para tratamento de insônia podem ativar uma agressividade excessiva, segundo o professor Bazire. As benzodiazepinas, que às vezes são prescritas também para controle de ansiedade, trabalham na desaceleração das funções cerebrais e, mesmo afetando 1% dos usuários, pode transformar personalidades já com características de irritabilidade ainda mais agressivas. Trocar o medicamento é a melhor solução.

Doença de Wilson
Conhecida também como degeneração hepatolenticular, é uma doença genética que afeta 1 em cada 30 mil pessoas e causa o acumula de cobre no fígado e no cérebro. "Pequenas quantidades de cobre são essenciais como vitaminas para corpo e são ingeridas por meio dos alimentos, no entanto, os pacientes com esta doença não conseguem expelir o excesso", explica a Dra. Stokes-Lampard. Este acúmulo de cobre afeta os tecidos, inclusive o do cérebro, e pode gerar danos no lobo frontal, área responsável pela personalidade.

Acidente Vascular Cerebral
Perder a cabeça pode ser comum após ter um acidente vascular cerebral. O derrame acontece quando o fornecimento de sangue é interrompido causando a morte das células cerebrais. "A parte do cérebro afetada é a inferior da lobo frontal, que lida com a habilidade de sentir empatia pelas pessoas e controlar as emoções, inclusive a raiva", disse o Dr. Gross.

Australiano transforma emoções em música

Grupo de Sidney captura transmissões elétricas dos nervos de um voluntário, bem como outros sinais fisiológicos, e transforma esses indicadores em notas musicais

AFP |
 

Crianças aprendem a ler e escrever observando pássaros em Cubatão

Alunos tem aulas ao ar livre e cuidam dos pássaros da Mata Atlântica.
Assunto é utilizado para a inserção da leitura e escrita em sala de aula.

Mariane Rossi Do G1 Santos

Crianças observam pássaros em Cubatão (Foto: Divulgação/Prefeitura de Cubatão)Crianças observam pássaros em Cubatão (Foto: Divulgação/Prefeitura de Cubatão)
 
Cerca de 50 crianças de Cubatão, no litoral de São Paulo, com idades entre 4 e 6 anos, estão estudando de um jeito diferente na Unidade Municipal de Ensino Estado de Alagoas. Com binóculos e movimentos atentos em direção as árvores, as crianças tem como objetivo identificar espécies de pássaros. No parque do colégio, que os alunos carinhosamente apelidaram de observatório, eles participam de aulas ao ar livre e cuidam de pássaros da Mata Atlântica.

Tucanos, papagaios, beija-flores e pássaros de diversas espécies são visitas frequentes na escola que fica no bairro Pinheiro do Miranda, localizado nas encostas da Serra do Mar. O canto e as cores dos pássaros que passam por lá fizeram surgir o projeto Passarinhando. A ideia das professoras Roberta Petin, Marisa Fróes Gonçalves e Ana Paula Santos Coutinho surgiu durante uma conversa em uma rede social. Elas decidiram resgatar um desejo antigo de incluir a educação ambiental no dia a dia das crianças e, desta forma, promover a iniciação à leitura e à escrita. “Tudo que a gente faz não fica só no papel. A gente tem um espaço muito grande aqui”, diz a professora Roberta.

Não foi preciso muito esforço para colocar as crianças em contato com a natureza, já que é possível ouvir os passarinhos nas janelas das salas. As professoras e alunos começaram a investigar as espécies, a colocar alimentos para os pássaros, além de observar sua rotina. Depois de alguns dias, cuidar dos animais que moram ao lado da escola virou um hábito diário. No começo da manhã as crianças aprendem a preparar a água para as variadas espécies de beija-flor que circulam na área. Elas também colocam frutas para atrair outros tipos de pássaros para o parque da escola. “Toda vez que a gente avista um pássaro novo a diretora mostra nos livros, que agora são disputadíssimos. Eles querem procurar no livro os pássaros que eles viram lá fora. Dá pra ver muitos. Tucano, papagaio, periquito, beija-flor. O bacana é que eles sempre estavam por aqui. Mas a gente nunca teve esse olhar”, conta Roberta.

Para despertar o interesse das crianças, Roberta trouxe um binóculo de sua casa. Depois, com a contribuição da Associação de Pais e Mestres, a diretora Monica Marques de Paula adquiriu binóculos de brinquedo e outros de verdade para as crianças usarem nas aulas de observação. Ela diz que, desta forma, as crianças educam os ouvidos e o olhar sobre a natureza. Depois da prática, as professoras também levam o assunto para a sala de aula. Elas mostram livros, trabalham poesias sobre pássaros, falam sobre a Mata Atlântica e o cuidado com o meio ambiente. “Podemos atingir todas as áreas do conhecimento de maneira bem lúdica”, explica Roberta.

Alunos de escola aprendem a observação de pássaros (Foto: Divulgação/Prefeitura de Cubatão)
Alunos de escola aprendem a observação de pássaros
(Foto: Divulgação/Prefeitura de Cubatão)
 
Com o início do projeto, as professoras descobriram que muitas crianças tinham gaiolas em suas casas e que isso era um hábito na comunidade. O jeito foi mostrar para os pais que a liberdade dos pássaros seria um dos assuntos mais tratados na escola. Durante uma reunião, as professoras colocaram um espelho dentro de uma gaiola e fizeram a seguinte pergunta para os pais: “Quanto tempo você aguentaria morar num lugar desses?”. A pergunta serviu para a reflexão dos pais e foi somada ao aprendizado dos filhos. A professora Roberta conta que após a reunião e as aulas de observação dos pássaros alguns alunos disseram que não havia mais gaiolas em casa e outros também contaram que estão alimentando pássaros e até tucanos no quintal.

A diretora do colégio, Monica Marques, que também é bióloga, gostou do projeto desde a primeira conversa. Ela conta que acompanha os alunos e aproveita para fotografar as aulas que são feitas ao ar livre. “Nós estamos na subida da serra, em Cubatão. Em todo o lugar que a gente olha é mata. A gente tem uma cultura que privilegia a leitura das letras, das palavras. Mas a leitura da natureza é menos valorizada”, diz ela.

Monica diz que os pássaros tem sido o assunto principal das crianças. Segundo ela, até quando estão brincando elas param para observar algumas espécies que encontram nas árvores. A diretora acredita que as crianças podem ser as disseminadoras e defensoras das ideias ligadas ao meio ambiente. Por enquanto, três classes participam das atividades, mas outras já estão começando a se interessar pelo projeto. “Todos estão se envolvendo no projeto por entusiasmo”, conta.

As professoras querem trazer a família para a escola cada vez mais para discutir questões ligadas ao meio ambiente, principalmente sobre a mata atlântica, que está mais próxima a eles. Um outro objetivo do projeto é realizar, nos próximos meses, um concurso fotográfico sobre pássaros, para que todos tenham mais conhecimento sobre as espécies da região.


Fonte: G1

quarta-feira, 22 de agosto de 2012

Olhos com cores diferentes: entenda a heterocromia

Max Scherzer, jogador norte-americano de basebol, tem uma grande diferença nas cores dos olhos Foto: Getty Images Max Scherzer, jogador norte-americano de basebol, tem uma grande diferença nas cores dos olhos
Foto: Getty Images
   

Castanho, preto, azul, verde ou mel. Que os olhos podem ter vários tons, todo mundo sabe. Mas em alguns casos, é possível que a mesma pessoa tenha olhos com cores diferentes, uma característica ocular chamada de heterocromia. “O indivíduo pode apresentar duas cores diferentes em cada olho, a heterocromia completa, ou duas cores no mesmo olho, sendo que essa pode ser setorial ou central”, explica a oftalmologista Priscila Kuss, do Hospital de Olhos de São Paulo.
Essa é uma característica hereditária, comum em animais, como gatos, cachorros e cavalos. Os casos são bem mais raros em humanos, mas geralmente aparecem no nascimento ou dias após o parto e não apresentam complicações ou perda de visão.

De acordo com Priscila, apesar a heterocromia ser benéfica na maioria das vezes, pode vir associada a alguma doença, como a Síndrome de Waardenburg, em que ocorre a perda de audição e mudanças na coloração do cabelos, olhos e pele. Por isso, o ideal é procurar um médico assim que notar qualquer aspecto incomum. “Algumas condições ou síndromes associadas a heterocromia são detectadas apenas durante uma avaliação oftalmológica”, disse.

Outros fatores podem influenciar para que os olhos tenham cores diferentes. Durante a vida adulta, a heterocromia pode surgir para indicar possíveis problemas, como lesões, batidas, doenças que causam a perda de melanina e de pigmentação da íris. “Existem outras causas como inflamações, glaucoma, o uso de algumas medicações, trauma e até mesmo corpo estranho intraocular, que podem levar às mudanças na cor de um olho”, afirma a dermatologista.

Apesar de incomum, alguns famosos como David Bowie, Mila Kunis e Kate Bosworth apresentam essa característica ocular. Confira dez casos na aba de fotos.


Fonte: Terra
  

segunda-feira, 20 de agosto de 2012

Dos superatletas para você

Tratamentos, exames e diversas tecnologias desenvolvidas a partir dos estudos com os esportistas de elite chegam ao dia a dia das clínicas e hospitais e beneficiam milhares de pacientes

Mônica Tarantino e Monique Oliveira
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Quando um paciente com insuficiência cardíaca recebe um programa de exercícios físicos personalizado ou um praticante de tênis é submetido a uma cirurgia pouquíssimo agressiva para recuperar uma lesão no quadril, eles podem não saber, mas estão se benefíciando de técnicas avançadas usadas antes em atletas. Tratamentos como esses só foram possíveis graças às pesquisas da ciência do esporte, realizadas para entender do que são feitos os atletas de elite, esses seres de incrível capacidade física que, mais uma vez, encantaram o mundo na última Olimpíada. Gente do porte do jamaicano Usain Bolt, do americano Michael Phelps e da brasileira Yane Marques. Medalha de bronze no pentatlo moderno (esgrima, natação, hipismo, tiro esportivo e corrida), a pernambucana de 28 anos creditou parte de seu sucesso a esses estudos. “Nos últimos anos, temos trabalhado muito em relação à ciência do esporte: biomecânica, biomedicina, uma série de testes e exames”, disse ela logo após a vitória. “Isso pode fazer diferença de meio segundo numa prova. Foi o que garantiu meu melhor tempo na natação.” Cedo ou tarde, os ensinamentos extraídos dessas pesquisas migram do Olimpo do esporte para o dia a dia das clínicas e hospitais. E lá também são o diferencial: criam uma medicina sofisticada, eficaz. A medicina vinda dos superatletas.
A título de comparação, o que acontece com o esporte e a medicina é o mesmo observado com a Fórmula 1 e a indústria automobilística. Ou seja, a partir do excepcional, obtêm-se lições que servem de base para soluções que facilitam a vida de todos. Muito do design e da potência dos carros de hoje veio de conceitos criados para a Fórmula 1. No que diz respeito ao esporte e à saúde, a ciência aprendeu demais sobre o corpo humano estudando os superatletas. Uma das maiores contribuições foi no campo cardíaco. Em 1989, a observação de esquiadores de cross country (espécie de maratona com distâncias que chegam a 50 quilômetros) mostrou que o coração deles tinha dimensões diferentes. “Ele chega a ser 50% maior na espessura do ventrículo esquerdo, responsável por bombear o sangue”, afirma o médico Nabil Ghorayeb, da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Esse aumento de tamanho se deve à necessidade imposta ao coração dos atletas de mandar mais sangue para o corpo, submetido a extrema demanda.
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A descoberta inaugurou um vasto campo de pesquisa para entender como funciona o coração do atleta. O objetivo era observar seus limites – e cuidar para não ultrapassá-los – e encontrar atalhos para melhorar a performance. Dessa busca brotaram informações preciosas, como a de que é preciso se exercitar dentro de uma frequência cardíaca individual. “Dados como esses ajudaram a criar planos de exercícios para pacientes com doenças cardíacas”, diz o médico Jomar de Souza, presidente da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte.
No Instituto do Coração, em São Paulo, o programa de reabilitação para portadores de insuficiência cardíaca (incapacidade de o coração bombear o sangue) foi montado com base nessas descobertas. “Aprendemos a dosar tanto os benefícios quanto os desgastes causados pelo exercício”, conta Carlos Eduardo Negrão, diretor da Unidade de Reabilitação Cardiovascular da instituição. Essas informações auxiliam ainda no tratamento da hipertensão. “Observando os atletas, vimos que a atividade física aumenta a rede de vasos sanguíneos nos músculos, o que diminui a pressão arterial”, diz Negrão. “Adaptamos esse conhecimento para os pacientes.”
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AVANÇO
A medalhista Yane Marques creditou parte
e seu sucesso à ciência do esporte
Há outros exemplos na área. Os testes de esforço, as esteiras, os aparelhos portáteis para medir a frequência cardíaca, tudo isso começou para avaliar os esportistas. Mais recentemente, tornou-se disponível o teste para medir a concentração da creatina kinase, enzima que tem sua quantidade elevada quando o músculo está em processo de fadiga durante o exercício. A medida dá ideia da carga de exercício que o indivíduo pode receber. Uma fração da enzima, específica do músculo cardíaco, hoje serve também como indicador de infarto.
A observação dos superatletas influencia a confecção dos treinos das pessoas comuns. A partir dela, sacramentou-se, por exemplo, o conceito de que é melhor fazer o exercício de forma moderada do que intensa. “A adesão é maior”, afirma Victor Matsudo, vice-presidente do Conselho Internacional de Ciências do Esporte. “E os benefícios para a saúde são efetivos.” E também se confirmou a importância da musculação. “Constatou-se que ela aumenta a proteção do aparelho locomotor”, diz o médico André Pedrinelli, do Hospital Santa Catarina, em São Paulo.
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Dada a recorrência de lesões em atletas, a medicina esportiva teve que encontrar saídas mais efetivas para evitá-las, e delas também se beneficiam todos. “Dependendo de como um atleta realiza o exercício, ele pode sobrecarregar o músculo, que fica vulnerável a lesões”, diz o ortopedista Paulo Barone, de São Paulo, diretor da clínica Sportslab. Para impedir que esse desgaste aconteça, um dos instrumentos usados – neles e nos outros – é a análise isocinética. Trata-se de um aparelho que, por meio da avaliação de variações de força, potência e resistência, detecta se um músculo está mais fraco do que outro. “Esse desequilíbrio é um dos fatores que mais geram lesões ou diminuição de performance”, diz Barone. “Com os dados fornecidos pelo aparelho, é possível trabalhar o músculo que está mais fraco, o que equilibra o corpo.”
Na prevenção de lesões no pescoço, as pessoas têm à disposição programas usados em pilotos de automobilismo, sujeitos a problemas nessa região do corpo. “Mas os exercícios se aplicam bem a executivos e a outros profissionais que lidam com a tensão e a quem anda de moto, por exemplo”, explica o fisiologista do esporte José Rubens D’Elia.
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Quando se vai para a área da ortopedia, os exemplos da medicina que vêm dos superatletas se multiplicam. Muito por conta do fato de que os competidores, quando se machucam, precisam de soluções eficazes, que permitam recuperação rápida. “Caso contrário, correm o risco de sacrificar a carreira”, diz o ortopedista Arnaldo Hernandez, da Universidade de São Paulo. Da procura por tratamentos eficientes e menos agressivos nasceram opções como a cirurgia artroscópica. Nessa modalidade, em vez de cortes enormes, utilizam-se incisões mínimas por onde são introduzidas cânulas. Por meio delas, o cirurgião promove os reparos necessários. “Hoje ela é usada de forma rotineira para operar joelhos, por exemplo”, diz Hernandez.
Outra opção é a injeção de plasma (parte líquida do sangue) rico em plaquetas, responsáveis pela coagulação sanguínea. No procedimento, sangue do paciente é extraído e centrifugado para que se possa retirá-las, adicioná-las novamente ao plasma e reinjetar a mistura no lugar da lesão. Acredita-se que o método acelere a regeneração de tecidos, contribuindo para tratar desde o rompimento do ligamento até tendinites. “Estudos comprovam que uma lesão musculoesquelética que levaria meses para ser tratada se recupera em seis semanas”, afirma o médico Rogério Teixeira, do Hospital Samaritano de São Paulo.
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RECURSO
Antes de se aposentar das piscinas, Phelps contou que dormiu
em câmara hiperbárica para se recuperar dos treinos
A contar o sucesso com que as terapias transpõem o universo dos superatletas, é de esperar muita coisa boa pela frente. Testes clínicos estão sendo feitos em esportistas de alto nível, por exemplo, para verificar a eficácia de células-tronco para regenerar tecidos. Um deles ocorreu na Universidade do Colorado (EUA). Os cientistas injetaram as células em 153 atletas com princípio de osteoartrite (desgaste crônico das articulações). Foram recrutados 24 pacientes para um grupo que recebeu placebo. Após um ano, os que foram tratados com as células-tronco apresentaram alívio da dor em 50%, contra 5% dos outros. No Brasil, as pesquisas vão no sentido de estimular células próximas aos músculos esqueléticos. “São células-satélites que podem ser ativadas para acelerar a regeneração muscular”, explica o médico Moises Cohen, da Universidade Federal de São Paulo.
Outras ideias interessantes foram testadas por atletas de elite. O nadador Michael Phelps, agora aposentado das piscinas, contou que chegou a trocar sua cama por uma câmara hiperbárica, aparelho que simula condições de altitudes elevadas. O atleta disse que se recuperava melhor dos treinos, uma vez que a máquina ajuda o corpo a absorver o oxigênio. A escolha de Phelps já pode ser usufruída em centros na Inglaterra, onde existem máquinas do gênero. Outro exemplo é a esteira Alter-G anti-gravidade, criada para auxiliar no treino de corredores sem expor as articulações à sobrecarga e para contribuir na recuperação de lesões. O aparelho está em pelo menos um local na Inglaterra, onde qualquer um pode usá-lo. O mesmo ocorre com a câmara de crioterapia. Nela, o corpo todo é exposto a frio extremo. O recurso é usado para reduzir inflamações, por exemplo.
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Ao assistir a feitos memoráveis, como a quebra de recordes por Usain Bolt, a ciência também se pergunta como funciona a mente desses indivíduos. Como suportam a dor? Como atingem tão alta concentração? Dessas indagações também estão surgindo respostas que ajudarão a todos. Em relação à dor, foi comprovado, em pesquisa recente, que eles a aguentam mais porque desenvolvem maior tolerância. “A observação pode levar à criação de métodos que ajudem no tratamento da dor crônica”, afirmou à ISTOÉ Jonas Tesarz, da Universidade de Heidelberg, na Alemanha, estudioso do tema. Mais acessível aos pacientes está o recurso dos tanques de flutuação (câmaras com água e sal onde o corpo flutua), usados por esportistas para alívio da dor. Em São Paulo, gente comum está usufruindo desse relaxamento na Clínica Inner Fit, mas com a finalidade de suportar a rotina puxada.
A garra para se superar a cada competição é mais uma boa lição dos atletas. “O esporte ensina como vencer as dificuldades”, disse à ISTOÉ David Yukelson, da Universidade da Pensilvânia (EUA). “Essa capacidade de transpor limites é um dos ensinamentos importantes que eles nos entregam”, concorda a psicóloga Katia Rubio, da Universidade de São Paulo. Os profissionais que os ajudam a desenvolver essas habilidades usam as mesmas estratégias para estimular qualquer um que necessite de treino para suportar estresse e cobrança por resultados. “Criamos um programa para atenuar momentos de pressão, de insegurança”, explica a coaching Bete D’Elia, de São Paulo. O método reúne técnicas de ioga, meditação, alongamento e exercícios, como falar com o espelho projetando valores positivos a seu próprio respeito. “Não é só no esporte que o corpo e a mente podem ser moldados para superar adversidades”, explica Yukelson, da Universidade da Pensilvânia. “Todos podem conseguir.”
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Foto: Kelsen Fernandes, Mark Baker/AP; João Castellano/Istoé; Gabriel Chiarastelli



Fonte: Isto É Independente

domingo, 19 de agosto de 2012

"Colegas" vence 40º Festival de Gramado

Filme estrelado por atores com Síndrome de Down ganhou três Kikitos; "O Som ao Redor", de Kleber Mendonça Filho, venceu em quatro categorias

iG São Paulo |

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Pacientes com esclerose terão tratamento ampliado em hospital do DF

Obra deve ser concluída em dois meses. Previsão é de que o novo espaço dobre o número de atendimentos na unidade


Foto: Elza Fiúza/ABr
Paciente durante consulta neurológica no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF)
Paciente durante consulta neurológica no Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF)
Pacientes com esclerose múltipla e Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) terão acesso aos serviços de neurologia em Brasília ampliados. O setor de neurologia do Hospital de Base do Distrito Federal (HBDF), destinado ao tratamento dessas doenças, vai duplicar o número de atendimentos com a construção de um novo espaço. A expectativa é que o serviço seja disponibilizado aos usuários do SUS em até dois meses.

A nova área vai ser composta por recepção, dois consultórios, boxes de atendimento, local para aplicação de medicamento intravenoso e novos equipamentos. Os tratamentos de suporte, que visam preparar o paciente para enfrentar o tratamento da doença, contam com neurologistas, psiquiatras, psicólogos, enfermeiros e técnicos.

Conhecida também por Síndrome do Cativeiro, a Esclerose Lateral Amiotrófica é uma doença que inicialmente causa paralisia em um dos membros do corpo e vai se alastrando para as outras áreas, até chegar à garganta, impedindo então, o paciente de engolir e falar. No Hospital de Base são atendidos atualmente cerca de 50 pacientes com a doença.

A Esclerose Lateral Amiotrófica atinge homens e mulheres geralmente acima de 50 anos de idade e 2% dos casos tem indicativos de hereditariedade. Na grande maioria, as causas não são identificadas. O tratamento é feito por meio de medicamentos que estão disponíveis na farmácia especializada da rede de saúde.


Fonte: ISaude.net

segunda-feira, 13 de agosto de 2012

Consumo de uva protege saúde cardíaca de homens com síndrome metabólica

Fruta reduziu pressão arterial, melhorou o fluxo sanguíneo e diminuiu marcadores de inflamação no organismo

Foto:Divulgação/Xchang
A ingestão da fruta reduz os riscos de doenças cardiovasculares
A ingestão da fruta reduz os riscos de doenças cardiovasculares
Pesquisadores da Universidade de Connecticut, nos Estados Unidos, descobriram que o consumo de uvas pode ajudar a proteger a saúde do coração de homens com síndrome metabólica.

Homens em risco que ingeriram a fruta na dieta apresentaram redução da pressão arterial, melhora do fluxo sanguíneo e menos marcadores de inflamação. Segundo os pesquisadores, componentes naturais encontrados nas uvas, conhecidos como polifenóis, podem ser os responsáveis por estes efeitos benéficos.

O estudo recrutou homens entre 30 e 70 anos de idade com síndrome metabólica que foram aleatoriamente designados para consumir uvas, na forma de um pó liofilizado da fruta ou um pó de placebo durante quatro semanas.

Depois de um período de três semanas de desintoxicação durante o qual nem uvas, nem placebo foram consumidos, os indivíduos foram trocados de grupo. Isto permitiu que os pesquisadores comparassem a resposta de cada indivíduo ao consumo de placebo e uvas.

Os resultados mostraram que, para cada um dos indivíduos do estudo, o consumo de uva levou a reduções significativas na pressão sanguínea, melhoria no fluxo de sangue e diminuição de um composto associado com a inflamação.

"Estes resultados sugerem que consumir uvas pode melhorar os fatores de risco importantes associados com doenças do coração, em uma população que já está em maior risco. Isso acrescenta evidências de que as uvas podem influenciar positivamente a saúde cardíaca, e melhorar a qualidade de vida de homens com síndrome metabólica", conclui a pesquisadora Maria Luz Fernandez.

A síndrome metabólica é um conjunto de condições que ocorrem juntas, aumento da pressão arterial, alto nível de açúcar no sangue, excesso de gordura corporal em torno da cintura ou níveis baixos de HDL (o colesterol bom) e aumento de triglicerídeos no sangue, aumentando significativamente o risco de doença cardíaca, derrame e diabetes.


Fonte; ISaude.net

Estudo mostra como alterações genéticas podem levar ao autismo

Defeito em um único gene causa menor produção de energia nos neurônios

autismo
Cientistas descobrem mecanismo que pode desencadear comportamentos típicos do autismo (Thinkstock)

Uma nova pesquisa mostrou como o defeito no funcionamento de um único gene causa alterações cerebrais que podem levar ao comportamento típico dos indivíduos com autismo. O estudo, publicado na revista PLoS ONE, oferece uma nova possibilidade de tratamento para a condição.

Pesquisas anteriores já haviam mostrado que defeitos em um gene conhecido como PTEN estavam relacionados a alguns casos de autismo. No entanto, nenhuma delas havia conseguido demonstrar como esses defeitos afetavam o funcionamento do cérebro dessas pessoas. Agora, o novo estudo mostrou que as mudanças nesse gene alteram o modo como os neurônios produzem energia. Junto com isso, surgem as mudanças comportamentais típicas do autismo, como comportamento antissocial e repetitivo.

“Um número grande de genes e fatores ambientais já haviam sido apontados por estarem associados com o autismo. Mas esse estudo é o primeiro a mostrar o mecanismo pelo qual isso pode acontecer”, diz Cecilia Giulivi, professora da Universidade da Califórnia e autora do estudo.


Estudo - Na pesquisa, os cientistas alteraram o funcionamento do gene PTEN em ratos, de modo que os neurônios dos animais tivessem uma menor quantidade das proteínas produzidas por ele. O gene defeituoso pareceu afetar o uso de energia nos neurônios, processo que acontece nas mitocôndrias, espécie de usina energéticae energia das células.

Depois de quatro semanas de estudo, os cientistas passaram a detectar falhas no funcionamento da mitocôndria nas células dos animais.

Quando os ratos atingiram 20 semanas de vida, os pesquisadores descobriram alterações no DNA das mitocôndrias, que aconteciam em conjunto com falhas ainda maiores em seu funcionamento. A partir dessa idade, os ratos começaram a evitar contato com outros animais e a se envolver em comportamentos de limpeza repetitiva, condutas típicas do autismo. Ratos que não tiveram alterações em seu gene não apresentaram nem os defeitos na mitocôndria nem as alterações comportamentais.

Segundo os pesquisadores essa descoberta pode levar ao desenvolvimento de novos tratamentos para o autismo. “A partir do momento em que entendemos o mecanismo, isso abre caminho para desenvolver novas drogas para tratar a condição”, afirma Cecilia Giulivi.



Fonte: Veja

A luta do pai pela cura de Vitor

Engenheiro abandona emprego, estuda literatura médica por conta própria e descobre fórmula para produzir enzima que retarda evolução da doença do filho

 
FERNANDA BASSETTE - O Estado de S.Paulo


 
Amor de pai. Adolfo e o filho Vitor, em Curitiba - Denis Ferreira Netto/AE
Denis Ferreira Netto/AE
 
Amor de pai. Adolfo e o filho Vitor, em Curitiba
 
Entre abril de 1999 e maio de 2000, o engenheiro mecânico Adolfo Celso Guidi, de 54 anos, abriu mão de sua vida pessoal, separou-se da mulher, abandonou o emprego e se enfurnou na biblioteca da Universidade Federal do Paraná (UFPR), onde se debruçou sobre livros de medicina.

O objetivo era nobre e urgente: Adolfo corria contra o tempo para entender o mecanismo de ação da gangliosidose do tipo 2, doença genética rara, neurodegenerativa e sem cura, que havia sido recém-diagnosticada em seu filho, Vitor, que na época tinha apenas 10 anos. Descrentes, os médicos deram mais um ano de vida ao menino.

E Guidi conseguiu. Sozinho, depois de ler mais de 30 livros de medicina - incluindo áreas sobre genética, neurologia e fisiologia -, ele não apenas entendeu como a doença agia no organismo de seu filho, mas descobriu uma fórmula que retardou sua evolução. Contrariando a literatura médica - que aponta 11 anos de vida aos portadores de gangliosidose tipo 2 -, Vitor está vivo e hoje tem 23 anos.

O começo. Vitor foi uma criança normal, saudável e ativa até os seus 4 anos. Precoce, ele deu os primeiros passos sem nem mesmo engatinhar. Aos 4 anos e meio, porém, passou a apresentar os primeiros sinais degenerativos: não conseguia mais segurar o lápis. Foi perdendo a força e a coordenação motora fina. E só piorou.

Na escola, a professora dizia que Vitor atrapalhava a aula. Suspeitaram de déficit de atenção. Os pais o mudaram de escola e o mandaram para a terapia. Aos 5 anos, Vitor foi matriculado em uma escola especial - já não era mais aceito em escolas comuns.

Os sintomas continuaram se agravando, e Vitor já não tinha mais coordenação motora. Aos 8, teve sua primeira crise grave, durante um passeio no shopping. Levado às pressas ao hospital, não respondia aos estímulos de dor nem de acuidade visual. "Ele não sentia nada. Depois, eu soube que foi a primeira grande perda neuronal que ele sofreu."

A família foi orientada a procurar ajuda nos EUA, mas, sem dinheiro para isso, a saída foi enviar amostras de material genético ao exterior em busca de respostas que jamais vieram, pois as desconfianças dos médicos nunca eram confirmadas.

O diagnóstico. Adolfo decidiu, então, viajar com o filho à Argentina para consultar um dos maiores especialistas em genética do mundo. Ficaram lá por uma semana, fizeram uma série de exames de sangue, de urina, de imagem. Tudo com o dinheiro da rescisão - ele era gerente de uma concessionária. "Tinha um emprego bom e umas economias. Raspei tudo e gastei cerca de US$ 65 mil. Só um dos exames custou US$ 5 mil", conta.

O resultado veio em três semanas: Vitor tinha gangliosidose tipo 2, doença que, entre outras coisas, provoca defeitos em um tipo de enzima que não degrada um lipídio que deveria ser naturalmente eliminado pelo corpo, provocando um acúmulo prejudicial.

De tão raro, o caso de Vitor foi debatido em congressos. Os exames foram refeitos. E o prognóstico era realmente desanimador. "Os médicos disseram que, pelas estatísticas, Vitor teria menos de um ano de vida. Como eu viveria dali para a frente sabendo que meu filho iria morrer?"

Inconformado com a possibilidade da perda, Adolfo decidiu estudar a fundo a doença - que até então não tinha tratamento. Foi nessa época que ele passou a frequentar a biblioteca da UFPR diariamente. E, num livro sobre fisiologia clínica, Adolfo encontrou referências à doença de Tay-Sachs - muito parecida com a gangliosidose, o que o fez entender o mal que acometia seu filho. "Entendi o mecanismo de ação. Mas e daí? O que fazer com aquilo?"

Creme de sorvete. A partir disso, Adolfo percebeu que a doença tinha relação com a enzima beta-galactosidase, que era produzida pelo corpo de Vitor de maneira deficiente.

Ele passou a ler livros sobre enzimologia. E descobriu que essa enzima foi utilizada na fabricação de cremes para sorvetes na década de 1950, mas teria caído em desuso porque surgiram os cremes sintéticos.

Ele precisava dessa matéria-prima para pensar num possível medicamento. Disparou e-mails para dezenas de laboratórios do mundo todo que chegaram a produzir essa enzima no passado. Escreveu para Japão, Canadá, EUA, México, Índia, Espanha. Expôs seu caso para vários médicos, mas não conseguia apoio de nenhum deles para a ideia, que parecia maluca. "Ninguém me dava atenção. Diziam que era loucura minha", relembra.

Os meses passaram, e a sorte se voltou para Adolfo. A pediatra de Vitor ligou para ele, dizendo que o pai de um paciente era funcionário de um laboratório e iria ajudá-lo a conseguir a enzima. "Passei um fax com a ficha técnica. Pouco tempo depois, a matriz me enviou uma amostra de 50 ml da enzima."

Uma gota. Com a matéria-prima em mãos, Adolfo foi a uma farmácia de homeopatia, que com uma única gota da enzima desenvolveu uma matriz e um "medicamento" para ser tomado diariamente pelo menino. "Ainda assim, os médicos eram contra. Diziam que eu ia matar meu filho."

O medo de efeitos colaterais mais sérios fez Adolfo tomar o produto várias vezes antes de oferecer a Vitor. "Fui a cobaia." O menino começou, então, a tomar as gotas e, quase como num milagre, a doença deixou de progredir de forma tão agressiva.

Vitor parou de andar aos 15 anos. Hoje, caminha quando é escorado pelos braços do pai. Ele não fala, mas é capaz de conversar com o pai por meio de gestos e sons. "Ele entende e leva as pessoas a entenderem o que quer." Na escola, reaprendeu coisas básicas, como tirar e colocar os sapatos e escovar os dentes.

Nesse período, Adolfo quase perdeu a casa - ele deixou de pagar as prestações porque gastou o dinheiro no tratamento de Vitor - e ficou sem carro. Não voltou a trabalhar e vive em função do filho, com ajuda de doações. Adaptou a cadeira de rodas de Vitor à sua moto: é assim que o leva à escola, à terapia, aos médicos.

A evolução inesperada do jovem fez com que outras famílias procurassem Adolfo em busca do "medicamento" que ele tinha descoberto, mesmo sem comprovação científica. "Até hoje, ninguém conseguiu rebater minha teoria sobre a eficácia do produto. Fiz pelo Vitor o que qualquer pai faria."

sábado, 11 de agosto de 2012

Estados Unidos aprovam novo medicamento para tratar tipo raro de leucemia

Remédio é indicado para pacientes cuja leucemia linfoblástica aguda é reincidente ou progrediu após dois ou mais tratamentos


A Food and Drug Administration dos Estados Unidos (FDA) aprovou o medicamento Marqibo para tratar adultos com um tipo raro de leucemia chamada de linfoblástica aguda (ALL) cromossomo Filadélfia negativo.

O novo medicamento é indicado para pacientes cuja leucemia voltou duas ou mais vezes, ou cuja doença progrediu após dois ou mais tratamentos.

Marqibo contém vincristina, uma droga anticâncer comumente usada, colocada dentro de um lipossoma, veículo de entrega composto de material semelhante ao das membranas celulares. O remédio é fornecido por meio de uma injeção administrada uma vez por semana por um profissional de cuidados de saúde.

"A aprovação de Marqibo demonstra o compromisso da agência para o desenvolvimento e aprovação de medicamentos que tratam necessidades médicas graves não atendidas. O medicamento oferece uma opção adicional para esse tipo raro de doença que não responde aos tratamentos disponíveis", afirma Richard Pazdur, da FDA.

A eficácia da droga foi avaliada em um único ensaio clínico com doentes adultos que tinham sofrido recaída pelo menos duas vezes apesar dos tratamentos padrão. O objetivo do estudo foi determinar a taxa de resposta ao Marqibo, como remissão completa (CR) ou uma remissão completa com recuperação incompleta do hemograma (CRI).

Dos 65 pacientes incluídos, 10 pacientes, ou 15,4% responderam com CR ou CRI. Nos 10 pacientes que alcançaram CR ou CRI, a duração média da remissão documentada foi de 28 dias.
A segurança de Marqibo foi avaliada em dois ensaios com 83 pacientes que receberam o regime de tratamento clínico. Eventos adversos graves, tais como baixa contagem de glóbulos brancos, febre, pressão arterial baixa, dificuldade respiratória e parada cardíaca ocorreram em 76% dos pacientes estudados.



Fonte: ISaude.net

Após perder mulher e filha, advogado
vive com o filho especial em Limeira

Rapaz sofre da mesma síndrome que matou parentes, mas tem vida normal.
Pai conta que não espera morte e crê que será cumprida a "ordem natural".

Thomaz FernandesDo G1 Piracicaba e Região
 

Pai e filho são única família depois de morte de mãe, irmã e tios (Foto: Ricardo Wollmer/Aril)
 
 
Pai e filho se apoiam depois das mortes da mãe, irmã e tios (Foto: Ricardo Wollmer/Aril)
 
O policial civil aposentado e advogado Valmir Antônio da Silva, 52, vive em Limeira (SP) com o filho Valmir Antônio da Silva Júnior, 30. O rapaz tem deficiência intelectual e sofre da distrofia de Steinert, doença hereditária que degenera todos os músculos do corpo e que causou a morte da mãe (há três anos), da irmã (há dez meses) e de cinco tios.

Silva cuida sozinho do filho e atua não só como pai e mãe, mas como tio, amigo, irmão e avô, pois é o único familiar vivo de Júnior. "Hoje em dia somos eu e ele o tempo todo. Mas nem sempre sou eu quem cuida. Ele também é meu consolador nos momentos de dor, me ampara e me dá forças da mesma forma que eu faço para ele", contou o advogado.

Durante a semana, Júnior estuda e trabalha na Associação de Reabilitação Infantil de Limeira (Aril) reciclando jornais e montando equipamentos em uma fábrica instalada no local. Silva exerce a advocacia, mas fica alerta para qualquer urgência. "Tem situações de eu estar em uma audiência e ligarem falando que meu filho está com alguma dor ou problema. Eu paro o que estiver fazendo e saio de onde estiver para ir auxíliá-lo. Ele é a minha prioridade", disse.

Diferente da mãe e da irmã, que só desenvolveram a doença na idade adulta, Júnior nasceu com a distrofia e a deficiência mental. Ele tem dificuldades para se locomover, problemas renais e cardíacos. Há três anos, fraturou o fêmur e as dificuldades para caminhar se agravaram.

CotidianoDesde que nasceu, Júnior foi criado sem qualquer diferença em relação a outras crianças. "Nós o alfabetizamos até onde foi possível e ele aprendeu também a operar máquina calculadora", disse o pai. Em casa, a dupla se diverte com dominó e jogos de tabuleiro, além de compartilharem a paixão pelo São Paulo Futebol Clube.

Sempre que podem, pai e filho vão ao estádio do Morumbi, em São Paulo (SP) para ver os jogos do time do coração. "O estádio tem uma área apropriada para deficientes físicos e nós entramos com o carro dentro do Morumbi. Ele se sente 'o dono' do estádio e ainda ama o Rogério Ceni (goleiro da equipe)", completou Silva.


Relação
A doença de Júnior não é vista pelo pai como um problema ou algo trágico e ele também refuta a possibilidade de perder o filho. "Eu não quero que a ordem natural da vida seja quebrada e o pai enterre o filho. Eu quero ficar velho e morrer antes dele. Não é incômodo, não tem nada de fardo na minha vida. Ele veio me melhorar como ser humano. Se a gente vem para esse mundo aprender alguma coisa, eu aprendi muito", completou o pai.


Silva acompanha Júnior em trabalho na associação (Foto: Ricardo Wollmer/Aril)Silva acompanha Júnior no cotidiano de estudos e de trabalho em associação (Foto: Ricardo Wollmer/Aril)

Enviado por Fernando Moreira -

Cadela salva filhotes de incêndio e os deixa em caminhão dos bombeiros

Mãe é mãe! Isto vale também para o reino animal. A cadela Amanda resgatou os cinco filhotes de um incêndio na casa em que vivia em Temuco (Chile). O destemido animal levou os rebentos em segurança até um caminhão do corpo de bombeiros, de acordo com o "Diario El Austral de La Araucaria". Infelizmente, o último filhote a ser retirado do incêndio não resistiu e morreu. Amanda sofreu queimaduras, mas não corre risco de morte.


Fonte: O Globo -Blogs

Greve da Anvisa já afeta os laboratórios do país

 

Para a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Amulatorial pode haver um colapso no sistema de saúde se nada for resolvido em 48 horas

A greve de funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) começa a afetar as clínicas de todo o país. Reagentes químicos importados necessários para a realização de 90% dos exames médicos, de acordo com a Sociedade Brasileira de Patologia Clínica e Medicina Ambulatorial (SBPC/ML), estão retidos em portos e aeroportos e todo o país. São medicamentos, insumos farmacêuticos, peças para equipamentos médicos e acessórios para a utilização em pacientes em Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). A previsão da instituição é que pode haver um colapso no sistema de saúde se nada for resolvido até a manhã de segunda-feira.
— Estou muito temeroso do que pode acontecer. O problema já vai além da economia. Estamos lidando com a saúde das pessoas.
A consequência direta da falta de reagentes é a falha no atendimento dos pacientes. Em alguns casos podem faltar exames que influenciem as decisões de futuras cirurgias. Segundo Paulo Azevedo, presidente da SBPC/ML, a situação já está em um ponto crítico.
— Grande parte dos produtos usados em clínicas no Brasil são importados. Em levantamento rápido que fizemos já não há um laboratório sem problemas de abastecimento.
Ainda segundo Paulo, preocupados com a qualidade dos produtos, que têm validade curta, importadores já estariam deixando de fazer pedidos.


Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/greve-da-anvisa-ja-afeta-os-laboratorios-do-pais-5753715#ixzz23EUQlUed
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sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Linfócitos geneticamente modificados exterminam tumores de leucemia

O método oferece uma alternativa para outras formas de câncer, inclusive de pulmão e ovários, mieloma e melanoma

Os linfócitos geneticamente modificados de pacientes com leucemia exterminaram os tumores e evitaram a reaparição pelo menos por um ano, segundo um estudo da Universidade da Pensilvânia publicado nesta quarta-feira pela revista "Science Translational Medicine".
Segundo a Sociedade de Leucemia e Linfoma, em 2010, cerca de 43,5 mil pessoas nos Estados Unidos tiveram um diagnóstico de leucemia, e aproximadamente 22 mil morreram por essa doença.
Os pesquisadores do Centro Abramson de Câncer e a Escola Perelman de Medicina, na Pensilvânia, testaram um método que consiste na coleta de células do próprio paciente e sua modificação genética, para depois retorná-las ao corpo do paciente submetido a quimioterapia.
O método oferece um tratamento para outras formas de cânceres, inclusive de pulmão e ovários, e mieloma e melanoma, segundo o artigo que também se publica na revista "New England Journal of Medicine".
"Em um período de três semanas, os tumores foram eliminados de uma maneira muito mais drástica que o esperado", disse o principal autor do estudo, Carl June, professor de Patologia e Laboratório de Medicina no Centro Abramson de Câncer.
Após retirar as células do paciente, a equipe de pesquisadores reprogramou-as para que atacassem as células do tumor mediante uma modificação na qual usaram um transmissor de lentivírus.
Esses são vírus cujo período de incubação é muito prolongado e daí seu nome, que alude à lentidão com que se desenvolvem os sinais das infecções que produzem.
O vetor codifica uma proteína similar a um anticorpo, chamada receptor antígeno quimérico (CAR, na sigla em inglês), que se expressa na superfície dos linfócitos ou células T e são destinadas a se unir a uma proteína chamada CD19.
Uma vez que os linfócitos começam a manifestar a proteína CAR, concentram todo o poder maligno nas células que expressam a CD19, que incluem as células com leucemia linfática crônica e as células B normais.
Os linfócitos modificados não mostram interesse algum por todas as outras células no paciente, que não expressem a proteína CD19, e isso limita os efeitos secundários que, tipicamente, acompanham os tratamentos padrão, segundo o artigo.
Os pacientes recrutados para este estudo tinham poucas chances de tratamento e o único tratamento potencial teria envolvido um transplante de medula óssea, um procedimento que requer um prolongado período de internação hospitalar e possui risco de mortalidade de 20%.
"O número de células T modificadas aumentou pelo menos mil vezes em cada um dos pacientes", comentou June. "Os remédios não conseguem esse efeito e, além da enorme capacidade de multiplicação, esses linfócitos modificados são assassinos insaciáveis".
"Em média, cada linfócito causou a morte de milhares de células do tumor e, em conjunto, destruíram pelo menos quase um quilo de tumor em cada paciente", acrescentou.
Os métodos de cultivo utilizados neste exame reativam linfócitos que tinham sido suprimidos pela leucemia e estimula a geração das chamadas células T "de memória", com as quais os cientistas esperam conseguir uma proteção contra a incidência do câncer.
Ainda não se determinou a viabilidade a longo prazo do tratamento, mas os médicos já encontraram indícios de que, meses depois da infusão dos linfócitos modificados, as novas células tinham se multiplicado e podiam continuar sua tarefa de busca e extermínio das células cancerígenas.


fonte: ISaude.net

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

  
Fidelidade de cadela serve de exemplo nas Osid
 
  • Lúcio Távora | Agência A TARDE
    A cadela Nina "dá plantões" na porta das Osid em busca do dono Renato

Quem conhece a filosofia de trabalho e o carisma das Obras Sociais Irmã Dulce (Osid) sabe que se trata de instituição toda especial, onde os mais impensáveis gestos e atos de amor se manifestam. Renato Mário dos Santos, 43 anos, é catador de recicláveis, negro, morador de rua, sujo pelo tempo, viciado em álcool e homossexual. No Largo de Roma, ele encontrou dois amores após vir de Guarulhos (SP): o primeiro é seu companheiro Jorge Luiz dos Santos Soares, 28 anos, também alcoolista. A segunda "pessoa" é seu maior amor, Nina, uma cadela de quem não se sabe a idade ou raça, que há dois anos encontrou Renato, fazendo-o "renascer" como uma espécie de "Lázaro moderno".

Renato cuidou de Nina em sua doença (ele buscou todos os meios para curá-la de um sangramento intermitente e encontrou uma veterinária que cuidou do animal sem cobrar pelo serviço). Hoje Nina tem cartão de vacina e dá ao seu dono toda a atenção e proteção. "É ela quem cuida de mim, me protege, é meu anjo. E ela nunca gostou que eu bebesse. Quando via uma bombinha vazia (de cachaça), ela me tomava. E rosna para quem me oferece bebida", contou Renato, que divide com Nina comida e espaço em calçadas ou no Albergue de Roma.

O internamento - Buscando livrar-se do vício, Renato e Jorge buscaram tratamento no Centro de Acolhimento e Tratamento de Alcoolistas (Cata) da Osid. Era primeiro de agosto e a dupla escolheu roupa "de gala": vestiu-se com paletós e foi ao centro calçada de havaianas. Mas o tratamento pedia uma indesejada separação: Renato não poderia ter, dentro da unidade de saúde, contato com o animal amigo. Mas, logo os funcionários começaram a perguntar de quem ela seria. Dócil com quem passa, a cadela só abandona a vigília para alimentar-se, "aliviar-se" ou proteger-se da chuva.

Logo descobriram que Nina buscava seu dono e viram que se tratava de um animal especial. Como escreveu o jornalista Ciro Brigham, primeiro a traduzir em letras este caso de amor, "não duvide, portanto, se, ao olhar para essa cadelinha, você enxergar, de relance, Irmã Dulce a cochichar-lhe num ouvido e São Francisco no outro". A coordenadora do Cata, a médica Maria Del Carmen, ressaltou que Renato e Nina têm características interessantes. "Ela é uma cadela diferente e Renato é muito tranquilo". Por isso, uma primeira exceção foi aberta para Renato e Jorge: eles foram internados no Cata, mesmo não sendo dia para novas admissões.

Outra licença foi concedida a Renato: em vista do amor entre o paciente e a cadela, foi permitido a ele descer ao menos uma vez no dia para ver sua grande companheira. Renato e Jorge passarão pelo menos 20 dias em desintoxicação e depois terão atendimento ambulatorial (Jorge sofreu três convulsões provocadas pela abstinência do álcool, mas encontra em Renato apoio para enfrentar esta difícil fase da luta contra o terrível vício).

Para os funcionários e religiosos da Osid, o caso os faz pensar sobre o amor. "Nina nos mostra como devemos amar, independentemente das escolhas das pessoas", disse a irmã Helena, religiosa da mesma congregação que Irmã Dulce. Ela conta que, em anos anteriores, em todas as semanas de homenagens à beata Dulce, apareceu um cachorro, frequentemente necessitando de cuidados. "Mas desta vez apareceu uma que veio cuidar do seu dono", contou a religiosa. Sobre Nina, Renato disse: "Ela é tudo para mim, meu maior amor".

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