quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Seu lixo, comida de famintos

 

Estudo aponta que redução no desperdício poderia alimentar até um bilhão de pessoas. Especialistas ressaltam, porém, que é preciso garantir o acesso aos produtos agrícolas

Brasil. O volume de alimento no lixo é de 26,3 milhões de toneladas anuais Foto: Márcia Foleto
Brasil. O volume de alimento no lixo é de 26,3 milhões de toneladas anuaisMárcia Foleto

Dentro de uma lixeira da Central de Abastecimento (Ceasa) do Rio de Janeiro, há pouco mais de uma semana, a dona de casa Elizabeth de Moraes separava cebolas inteiras, batatas menos machucadas, cenouras sem raiz. Limpava tudo com um papel e punha em um carrinho. Em vez de percorrer barracas, é ali que ela faz a feira da família. Uma vez por semana, sai de Santa Cruz, onde mora com o marido, uma filha e três netos, e vai até a Ceasa, em Irajá, onde, segundo a Embrapa Agroindústria de Alimentos, nada menos do que dez toneladas de alimentos vão parar no lixo diariamente. Assim Elizabeth diz ter criado seus dez filhos, contando, semanalmente, com os alimentos descartados por feirantes no local. A cena carioca é um retrato de proporções mundiais alimentada pelo desperdício, que, se fosse atacado, abriria espaço para saciar a fome de um bilhão de pessoas mundo afora, sendo que 19 milhões no Brasil — mais do que os 13 milhões de brasileiros com fome.
 
O cálculo famintos versus desperdício é de pesquisadores da Universidade finlandesa de Aalto e foi publicado, este mês, na revista americana “Science”. Para outros especialistas, porém, a conclusão sobre a redução da fome pode ser precipitada, uma vez que não leva em conta o tipo de alimento descartado e a qualidade do produto, além da forma de acesso das populações mais pobres aos produtos agrícolas, considerados commodities. As Nações Unidas cravam que 870 milhões de pessoas passam fome, seja porque não têm terra — o que dificulta a agricultura de subsistência — ou porque não têm dinheiro para pagar o preço de mercado.
Estamos jogando fora não somente alimentos, mas também água potável (27 metros cúbicos por habitante do mundo), energia, terra (0.031 hectares de área agricultável), trabalho e fertilizantes (4,3 quilos).

— As perdas ocorrem em toda a cadeia produtiva. O consumidor paga por isso — diz Antônio Gomes, pesquisador da Embrapa.

Só no Brasil, 26,3 milhões de toneladas de alimentos têm o lixo como destino. Deste total, cerca de 10% se perdem ainda no campo. O maior desperdício, 50%, ocorre no transporte e manuseio. E 10% vão para a lixeira após a chegada do produto ao supermercado, quando ele perde qualidade na prateleira, ou simplesmente, quando comprado em excesso, não é consumido. As centrais de abastecimento espalhadas pelo país ajudam a engordar a conta: mais de 30% das perdas em toda a cadeia alimentar acontecem nesses locais.

Um passeio matinal na Ceasa do Rio é um cenário privilegiado para presenciar comerciantes descartando caixotes cheios de alimentos no chão. Há produtos que perderam qualidade no transporte, alguns ao serem embalados, outros por causa do armazenamento e até na própria disposição nas barracas. Na correria, os feirantes jogam alimentos uns por cima dos outros, e os estragam. As cenas se repetem em todas as semanas em feiras livres do Rio de Janeiro.

Em Botafogo, na semana passada, um comerciante carregava quatro caixas cheias de alfaces para o lixo, no fim da feira. Ninguém quis comprar porque o produto murchou demais. Sobre a perda, ele deu de ombros. Está acostumado, já entra na conta. E, como ele, muitos outros fazem do alto índice de descarte parte do cotidiano.

— Dez anos atrás, fizemos um cálculo da cadeia de alimentos, e concluímos que havia 37 quilos de hortaliças não consumidas por cada habitante do país. Ainda não refizemos as contas, mas acompanhamos o cenário e já sabemos que o número quase não se alterou. Não é à toa que na Ceasa do Rio há, até hoje, uma comunidade do entorno que se alimenta do lixo que é descartado — analisa Gomes.

Banco de alimentos

A Ceasa do Rio alega dispor de um programa de Banco de Alimentos, em Irajá. A instituição doa, mensalmente, de 40 a 50 toneladas do que não pode mais ser vendido nos boxes para 60 instituições cadastradas. Os estoques próprios para consumo, mas sem valor comercial, vão para o banco, onde são selecionados e separados. Dentro do projeto do Banco de Alimentos, a central de distribuição também oferece cursos de reaproveitamento integral do alimento para os responsáveis pelas cozinhas. A empresa reconheceu, no entanto, que nem todos os comerciantes da Ceasa buscam rotineiramente o Banco de Alimentos para doar.

Como parte da tentativa de erradicação da fome, Bancos de Alimentos proliferaram por todo o país. Mas há uma série de entraves para as doações, que amedrontam empresas. Segundo a legislação brasileira vigente hoje, as companhias respondem judicialmente se o alimento causar algum mal à pessoa que o consumir. Sendo assim, há estabelecimentos, como restaurantes e supermercados, que preferem descartar produtos em bom estado no lixo a doá-los. Por outro lado, nutricionistas criticam possíveis mudanças na legislação atual, já que há empresas dispostas a se livrar do lixo.

O professor da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Renato Maluf, está convencido de que é preciso separar o joio do trigo para entender a complexidade do problema. No caso, distinguir as perdas do desperdício. As primeiras se referem ao cultivo, à colheita, manipulação dos alimentos, embalagem, distribuição etc. Ou seja, acontecem em algum momento da cadeia produtiva. Já o desperdício acontece em casa. O especialista acaba de deixar a presidência do Conselho Nacional de Segurança Alimentar (Consea):

— As perdas podem ser reduzidas com investimentos em técnicas. Há agricultores que perdem alface por não saberem manejar o pé da forma correta. Tem também a aparência, o cuidado na hora de expor o alimento. Outra coisa é o desperdício. Ele é questão de educação alimentar, tem a ver com excesso de compra, má gestão dos alimentos em casa, não aproveitamento integral dos talos, cascas, entre outros. E isso não se muda da noite para o dia. Há muito preconceito envolvido.

Mal do século

Maluf não concorda com a relação direta feita pelo estudo de Aalto entre desperdício e redução da fome, pois ressalta que o problema não é relacionado à quantidade de alimentos disponíveis, mas ao acesso. A grande pergunta para ele é: se houvesse mais alimento disponível, ele iria parar nas mãos das camadas pobres? Nesse ponto, como o professor ressaltou, é necessário pensar em muito mais do que doação de alimentos, mas também na possibilidade de compra de cada habitante do planeta sustentar sua dieta alimentar.

Em pleno século XXI, 870 milhões de pessoas vão dormir diariamente com fome. Isso significa que 12,5% da população mundial estão subnutridas, segundo a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO, sigla em inglês). A propósito da divulgação dos novos números, seu diretor-geral, o brasileiro José Graziano da Silva, escreveu: “não há escassez de oferta ou deficiência tecnológica que justifique esses indicadores”.

Há de se ressaltar, ainda de acordo com o relatório da FAO, intitulado “O Estado da Insegurança Alimentar no Mundo”, que o número total de pessoas famintas no mundo diminuiu em 132 milhões entre 1990 e 2012. E o Brasil aparece no documento como exemplo, já que o percentual no país caiu de 14,9%, no período de 1990 a 1992, para 6,9%, nos anos de 2010 a 2012.

Se o país viu a fome diminuir quase à metade nos últimos anos, o fenômeno teve pouco a ver com a redução do desperdício e mudanças na cadeia produtiva em solo brasileiro. E, quando elas ocorrem, segundo especialistas, é, na maior parte das vezes, por exigências feitas pelo mercado externo. São condicionantes que passam por exigências fitossanitárias, regras de embalagem, formas de acesso a mercados. Há casos em que os mesmos produtores de agronegócio têm uma cadeia de embalagem e de distribuição mais cuidadosa para a exportação, e um padrão menos exigente para os produtos vendidos no mercado interno.

Uso incorreto dos recursos

Além do consumidor pagar o preço da ineficiência do mercado, o desperdício se traduz em mau uso dos recursos naturais do país, como ressaltou o professor Maluf:

— A grande questão do desperdício e das perdas é que temos sobreuso dos recursos naturais para uma produção que se perde. Poderíamos ter uma produção maior, pressionando menos o meio ambiente, gastando menos energia, com áreas menores.

O pesquisador defende a ideia do circuito curto, no qual pequenos produtores fazem a distribuição voltada para uma área mais próxima. O modelo encurta distâncias e diminui as perdas. A opinião é compartilhada por uma das mais respeitadas autoras da área de Segurança Alimentar no mundo, a indiana Vandana Shiva.

— As longas distâncias e a distribuição centralizada também contribuem para o desperdício. O modelo industrial que destrói ecossistemas e impõe a monocultura só agrava o problema. Além disso, é preciso lembrar que apenas 2% da soja produzida nos Estados Unidos é para fins alimentares. Fenômeno parecido acontece no Brasil — afirma Shiva. — O primeiro passo para acabar com o problema é trazer de volta a diversidade de produção para as fazendas. Assim, também se garante geração de renda para os agricultores, reduzindo a fome.

Há, por um lado, mudanças que dependem de empresas, políticas públicas e mais cobrança do poder público. Por outro, há atitudes que dependem da sociedade. Pensando nisso, a ONG internacional Oxfam acaba de lançar um manual sobre o desperdício para os consumidores. Entre as dicas, estão ações como aproveitar ao máximo os alimentos, pensar em receitas específicas para usar os que estão prestes a estragar na geladeira e consumir produtos de acordo com a estação. Segundo um dos coordenadores da campanha no Brasil, Rafael Georges, o objetivo é conscientizar as pessoas de que um terço dos alimentos se perde em toda a cadeia:

— O consumidor precisa pensar na origem do produto. Alimentos distribuídos por pequenos produtores, frescos e não processados, exigem muito menos energia, fertilizantes e são mais diversos.

Filme verdade

O documento ganhou o título de “A transformação do sistema alimentar: utilizando o poder do consumidor para criar um futuro alimentar justo” e pode ser baixado na internet, pelo endereço eletrônico http://issuu.com/campanhacresca. A pesquisa ressalta também o excesso de consumo, que acontece nos países desenvolvidos. A maioria dos alimentos do mundo está no Norte e no Ocidente, sendo insuficiente em outros lugares. Na Europa, os mercados e estabelecimentos comerciais têm alimentos em quantidades suficientes para oferecer mais de 3 mil calorias por dia a toda e qualquer pessoa. Nos Estados Unidos, esse número gira em torno de 3.600 calorias. Em média, uma pessoa precisa ingerir por volta de 2 mil calorias por dia.

No Brasil, os excessos são menores, os maiores problemas são de fato as perdas da produção até o consumo. E não é recente. Há 17 anos, uma produção cinematográfica, de 1989, que fez a cadeia produtiva de um tomate se tornar protagonista de um curta-metragem, foi eleito, pela crítica europeia, como um dos cem mais importantes do século.

O documentário “Ilha das Flores”, de Jorge Furtado, mostrava a problemática da sociedade de consumo, a riqueza e a desigualdade. O filme ajudou a refletir sobre o estágio em que chegou o ser humano em busca de alimento, e diante da abundância que há nas prateleiras dos supermercados. E ainda mostrava as perdas na cadeia de produção de alimentos, da colheita até chegar ao supermercado, e o desperdício que ocorre na hora do consumo. Por fim, o tomate apodrece e acaba no lixão, onde pessoas disputam os restos de comida, mas só depois de rejeitados pelos porcos criados no local.






Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/ciencia/seu-lixo-comida-de-famintos-6583250#ixzz2Arue46oq
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Repórter de TV relata drama de ter 'metade da face em greve'




O repórter John Sudworth
Repórter passou a sofrer de condição após ter sofrido lesão leve no olho esquerdo
 
O repórter da BBC John Sudworth passou a sofrer de paralista de Bell, uma paralisia do nervo facial que provoca incapacidade de controlar os músculos da face do lado afetado pela doença. Ele teve o lado esquerdo de seu rosto paralisado. A seguir, Sudworth descreve como é conviver com essa condição e as mudanças que ela provocou em sua vida.
 
Após ter passado uma vida fazendo o que eu mandava, metade do meu rosto resolveu entrar em greve.
 
Desde o lado esquerdo da minha testa até o lado esquerdo do meu queixo, meu rosto se amotinou.
Não consigo levantar minha sobrancelha esquerda, não consigo fechar meu olho esquerdo. E quando eu tento sorrir, enquanto o lado direito de minha boca obrigatoriamente se coloca na forma adequada, o esquerdo se nega a se mover.

A expressão resultante acaba sendo inútil para dar um alô amigável a um amigo, mas pode vir a calhar se eu decidir assaltar uma loja.
Bem-vindo ao estranho mundo de quem sofre da paralisia de Bell. A paralisia de Bell não é algo muito bom de se ter quando se é um repórter de TV.

Mas pensando bem, ela não é algo tão terrível assim de acontecer com quem precisa usar seu rosto. E pelos vários relatos que li online, vi que muitas pessoas dão continuidade às suas vidas. E eu decidi fazer isso também.

Embora reconheça que a minha doença talvez seja a notícia menos importante a sair da China no momento, escrever sobre ela neste espaço significa que existe uma explicação para qualquer um dos meus fãs mundiais (essas duas pessoas que sabem exatamente que me refiro a elas), sobre o porquê de metade do meu rosto não funcionar quando eles me veem na TV.

John Sudworth em imagem de 2006, antes de sofrer da paralisia de Bell (BBC)
John Sudworth em imagem de 2006, antes de sofrer da paralisia de Bell (BBC)
 
Mas seja quais forem minhas razões, esta doença peculiar e fascinante certamente merece um pouco mais de atenção - até porque, entre outras razões, muitas celebridades já foram acometidas por essa condição.

A paralisia de Bell afeta de forma desproporcional mulheres grávidas e pessoas que sofrem de diabetes, resfriados, gripes e outras doenças respiratórias. Mas cientistas não sabem o porquê de este grupo correr mais riscos.

Cerca de 1 em cada 5 mil pessoas desenvolvem paralisia de Bell. A maior parte delas têm entre 15 e 45 anos. Na maior parte dos casos, os sintomas, que começam a se manifestar dentro de 48 horas, começam a melhorar dentro de algumas semanas. Mas por vezes demora meses para que alguém se recupere plenamente.

Tanto George Clooney como Sylvester Stallone teriam sofrido dessa condição no pasado e ambos se recuperaram. Espero que minha recuperação seja um pouco mais como a de George.

A paralisia de Bell deve esse nome a Charles Bell, o anatomista escocês do século 19 e cirurgião herói da batalha de Waterloo que descobriu a função do nervo facial.

O que é a paralisia de Bell?

O médico escocês sir Charle Bell identificou a condição, que provoca a paralisia de um lado da face, no século 19.

A paralisia de Bell afeta desproporcionalmente mulheres grávidas, pessoas com diabetes, resfriados, gripes e outras doenças respiratórias. Mas cientistas não sabem dizer o porquê de esse grupo de pessoas estar mais sujeito a riscos.

Cerca de 1 a 5 mil pessoas desenvolvem paralisia de Bell a cada ano. A maior parte delas têm entre 15 e 45 anos.Na maior parte dos casos, os sintomas, que tendem a se manifestar em 48 horas, começam a desaparecer dentro de semanas, mas pode demorar meses para que eles desapareçam por completo.
 
Ele não teria usado essas palavras, mas o que sabemos hoje em dia é que se seres humanos fossem carros, então a paralisia de Bell seria o tipo de falha que levaria a um recall em massa de veículos.
O nervo facial, vindo da espinha dorsal, passa por um trecho ossudo estreito próximo ao ouvido. Em fases de baixa imunidade, um vírus dormente, de um modo geral o da catapora ou de um resfriado, pode provocar um ataque e fazer com que o nervo inche.

Por vezes isso pode ser desencadeado por um evento, no meu caso, um ferimento pequeno no olho esquerdo, mas por vezes não há causa aparente alguma para provocar a condição.
O resultado do inchaço se dá por meio de uma contração do nervo facial dentro da passagem estreita de osso, o que provoca a paralisia.

A boa notícia é que não importa o quanto o cérebro se esforce em mandar mensagens, a partir daquele momento do inchaço, o rosto se torna imóvel.
As milhares de terminações nervosas nas quais o nervo facial se divide, presentes nas bochechas e na testa e nos lábios e pálpebras e que são responsáveis por cada emoção, desde um sorriso e uma piscada até um olhar franzido, acabam sendo bloqueadas e isoladas.

A paralisia de Bell pode atingir qualquer um, de qualquer idade, gênero ou raça. E é classificada como uma doença rara, mas comum o suficiente para que 1 em cada 60 pessoas poderá vivenciar algum episódio em algum momento de sua vida. A boa notícia é que a maioria das pessoas se recupera plenamente em questão de meses.

A notícia preocupante é que uma minoria expressiva fica com sequelas permanentes, por vezes graves.

Sintomas da doença

  • Fraqueza ou paralisia em um lado do rosto fazendo com que boca tombe
  • Dificuldade em fechar as pálpebras
  • Problemas na hora de ingerir alimentos ou beber líquidos
  • Dificuldades de fala
  • Alterações ou reduções do paladar
  • Aumento da sensibilidade no ouvido afetado
 
De toda forma, a condição representa ao menos semanas, por vezes meses, de ter de enfrentar paralisia facial, o que pode ser complicado, ao menos socialmente.
Os blogs e escritos de outras pessoas que sofrem de paralisia de Bell mostram que, para aqueles que não se recuperam plenamente, ela pode ser uma condição devastadora e capaz de transformar uma vida.

Um pai escreve sobre sua incapacidade de voltar a aparecer novamente em uma fotografia de família.
Eu, ao menos, não me senti muito incomodado com minha condição e, além do mais, espero obviamente me recuperar.

Para aqueles que se interessarem em acompanhar notícias neurológicas pela TV, meu lento progresso ou a ausência dele, poderá ser vista na BBC dentro de alguns meses.
À esta altura, é claro que com Clooney e Stallone em seu clube, sir Charles já está acostumado a lidar com astros de verdade.

Mas agora ele pode reivindicar um lugar na BBC também e eu gostaria de achar que ele se sentiria orgulhoso de mim.

Modelo albina combate preconceito em semana da moda africana




Modelo albina. BBC
Pessoas albinas como a modelo são frequentemente perseguidas na África (Foto: Gringo Wotshela)
 
Na confusão de um camarim durante a Africa Fashion Week, realizada na semana passada em Joanesburgo, na África do Sul, uma mulher sentava-se em um canto, quieta.
No entanto, em meio ao vai e vem de modelos e estilistas de várias partes do continente africano, ninguém chamava mais a atenção no recinto do que a silenciosa supermodelo americana Diandra Forrest.
 
Cerca de uma em cada 17 mil pessoas no mundo nasce com o distúrbio genético que afeta Diandra, o albinismo. Ele é caracterizado pela ausência total ou parcial de pigmentação na pele, cabelos e olhos, e também pode estar associado a problemas de visão.
Em alguns países africanos, particularmente no leste do continente, albinos correm risco de sequestro e mutilação. Segundo crenças populares, as partes de seus corpos contribuem para tornar certos rituais e poções mágicas mais poderosos.
Diante dessa realidade terrível, Diandra tem consciência de que sua presença na Africa Fashion Week teve um papel mais importante, ao desafiar os conceitos tradicionais de beleza.
"É muito importante para mim estar aqui porque quero mudar a forma como as pessoas veem meninas com albinismo no continente", disse a modelo à BBC.
"Cresci achando que minha vida era dura, com as crianças rindo de mim o tempo todo. Eu voltava para casa chorando", ela recordou.

'Chocada'

"Mas isso não é nada em comparação com o que as pessoas como eu enfrentam por aqui, particularmente nas áreas rurais".
"Quando descobri que em países como a Tanzânia albinos como eu correm o risco de ter seus membros amputados para o comércio fiquei tão chocada! Pessoas como eu vivem cada dia de suas vidas com medo. É terrível".
Nas passarelas internacionais, no entanto, Diandra Forrest está lançando uma tendência.
Como outros nomes do mundo da moda, o estilista sul-africano Jacob Kimmie, radicado na Grã-Bretanha, ficou impressionado quando viu Diandra.
"Ela não parece ser desse mundo, tinha de tê-la no meu desfile", ele disse.
"É verdade que usar modelos albinas é o quente no momento. Mas espero que o impacto de se usar pessoas que têm aparência muito diferente seja inspirar uma mudança a longo prazo".
A modelo sul-africana Refilwe Modiselle, uma albina que cresceu em Soweto, cidade contígua a Joanesburgo, concorda.
Ela iniciou sua carreira aos 13 anos de idade. Hoje, é garota propaganda da grife sul-africana Legit. E conta que o albinismo costumava ser visto de forma negativa, mas está se tornando parte da norma.
"Realmente sinto que o trabalho que Diandra e eu estamos fazendo é o início de uma mudança verdadeira".

Feitiçaria

No entanto, na província sul-africana de Kwazulu Natal, cerca de um dia de distância da passarela da Africa Fashion Week, a família de um menino albino desaparecido há mais de um ano teme que ele tenha sido sequestrado por pessoas envolvidas em bruxaria.
Mais recentemente, em Meru, na Tanzânia, o corpo de um albino com idade estimada em torno de 30 anos foi descoberto em junho. Várias partes de seu corpo estavam faltando.
As partes do corpo dos albinos são usadas em poções "medicinais" ou enterradas sob prédios comerciais. Segundo a crença, elas trazem prosperidade.
Seria uma modelo em uma passarela realmente capaz de mudar essa realidade?
Peter Ash, autor de um relatório sobre albinismo encomendado pela ONU em 2012, responde que sim.
"Quanto mais pessoas com albinismo são retratadas de forma positiva, melhor. Realmente ajuda", ele disse.
"O problema principal que encontramos é uma aceitação tácita da violência contra pessoas com albinismo porque elas são vistas como subumanas, uma representação do demônio, ou como portadoras de uma maldição".
"Então é crucial que sociedades africanas comecem a ver modelos positivos para que possamos mudar esse tipo de pensamento".

Preconceito

O relatório da ONU cita estimativas da ONG de apoio a albinos Under the Same Sun, segundo as qual 71 pessoas com albinismo teriam sido mortas e 31 teriam sobrevivido a ataques na Tanzânia entre 2006 e 2012.
Em Burundi, 17 albinos foram mortos. No Quênia, sete. Na Suazilândia, três.
Frequentemente, os casos não são denunciados ou investigados, disse Nomasonto Mazibuko, da Society for Albinism, uma associação de albinos da África do Sul.
Ela acha, no entanto, que a mudança tem de partir do próprio continente.
"O ponto crucial é que as pessoas não veem albinos como seres humanos. Cabe a nós na África falar sobre isso e trabalhar para combater o preconceito".
A voz de Mazibuko vai subindo de volume enquanto ela fala: "Não podemos ficar quietos, não podemos continuar escondidos".
"E qualquer garota com albinismo que está andando nas passarelas internacionais ou nas ruas com a cabeça erguida é um exemplo muito necessário".
A modelo Modiselle espera poder ser um desses agentes catalizadores, inspirando a sociedade sul-africana e o continente como um todo.
"Sou o símbolo de unidade racial. Sou uma garota negra que vive na pele de uma pessoa branca", ela disse à BBC.
"Eu gostaria de ser conhecida por ser uma modelo, e por todas as minhas outras realizações, não por ser albina".

sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Hábito de pular o café da manhã faz o cérebro buscar gordura

 

Alimentos calóricos parecem mais atrativos quando se começa o dia em jejum, de acordo com pesquisa inglesa feita a partir de exames de ressonância magnética

 

Deixar de tomar café da manhã engorda, segundo pesquisa
Foto: Divulgação
Deixar de tomar café da manhã engorda, segundo pesquisaDivulgação
 
RIO - O cérebro fica ávido por alimentos calóricos quando se começa o dia em jejum, segundo uma nova pesquisa. Exames de imagem com 21 pessoas com peso normal mostraram que o hábito de pular o café da manhã fez com que elas comessem mais na hora do almoço.

Os pesquisadores do Imperial College London ficaram curiosos sobre o que acontecia no cérebro para alterar o tipo de comida escolhido, então mostraram a estas pessoas fotos de alimentos calóricos enquanto elas eram colocadas no aparelho de ressonância magnética. Em alguns dias, os voluntários não tomaram café da manhã antes do exame e, em outros, foram alimentados com uma refeição de 730 calorias no início do dia, uma hora e meia antes do exame.

Os resultados, apresentados na conferência Neurociência 2012, mostraram que o cérebro mudava a resposta às fotos de alimentos calóricos — mas não às dos alimentos magros — quando o café da manhã tinha sido pulado. A parte do cérebro envolvida no apelo à comida, o córtex orbitofrontal, ficava mais ativa quando o estômago estava vazio, segundo a pesquisa.

Quando o almoço era oferecido no fim dos exames, os voluntários comiam 20% mais calorias se tivessem começado o dia em jejum. os nutricionistas ouvidos acreditam que o café da manhã esteja relacionado à estabilização dos níveis de açúcar, que nos mantém “na linha”.





Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/saude/habito-de-pular-cafe-da-manha-faz-cerebro-buscar-gordura-6442147#ixzz29jx3oCKz
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Escultora faz peças de crochê com cabelo de portadores de câncer




Foto: Imhathai Suwatthanasilp
 
Para artista, esculturas feitas com crochê de cabelo humano ilustram a fragilidade do corpo
Uma exposição em Bangcoc apresenta esculturas feitas com crochê de cabelo humano para ilustrar a fragilidade do corpo e alertar à prevenção de câncer.
 
A exposição Hair for Hope, Esperança pelo Cabelo em tradução livre, apresenta borboletas e flores tecidas com fios de voluntários e vítimas da doença para representar o desafio da cura e o ciclo da vida.
 
"Escolhi utilizar borboletas porque elas passam a ideia de força e delicadeza", disse à BBC Brasil a artista plástica tailandesa Imhathai Suwatthanasilp.
"Elas inspiram transformação. Nascem lagartas feias, viram borboletas lindas para logo em seguida envelhecer e morrer", explica.

Foto: Imhathai Suwatthanasilp
 
A artista desenvolveu uma técnica especial para produzir imagens planas e rica em detalhadas
A vida dos insetos serve de metáfora para o desafio da cura de um câncer, pois as borboletas evocam "mudança, sacrifício, esforço, esperança e felicidade", acredita Suwatthanasilp.

Crochê

A artista desenvolveu uma técnica especial para produzir imagens planas e esculturas ricamente detalhadas.

Ela tece fio-a-fio as composições mesclando diferentes pontos de crochê. Cada peça pequena leva cerca de uma semana para ficar pronta.

O cabelo utilizado nas obras vem de portadores de câncer, que perderam os fios por causa da quimioterapia, ou de doadores, que cederam as mechas para fazer perucas aos doentes.
"Meu pai morreu de câncer, então essa dor é muito pessoal", diz Suwatthanasilp.

A exposição é a segunda de uma série de instalações projetadas pela artista para chamar atenção ao tema do câncer e ressaltar a necessidade de exames de rotina na detecção precoce da doença.

Foto: Imhathai Suwatthanasilp
A vida dos insetos serve de metáfora para o desafio da cura de um câncer

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Ministério Público de Rondônia cria cartilha para desmistificar a epilepsia

Na cartilha da Turma do Mepinho, personagens explicam as maneiras de prevenir as crises e diminuir o número de casos no Brasil

 
Foto: Divulgação
Cartilha do Mepinho. O personagem, junto com sua turma, explica de forma lúdica o que é a doença e como deve ser tratada.
Cartilha do Mepinho. O personagem, junto com sua turma, explica de forma lúdica o que é a doença e como deve ser tratada.
O Ministério Público de Rondônia criou a cartilha do Mepinho para ajudar a esclarecer a população sobre a epilepsia. O personagem, junto com sua turma - Dr. Li Li, Batatinha e Aninha - explica de forma lúdica o que é a doença, como deve ser tratada, além de desmistificar alguns mitos sobre o assunto.
Na cartilha da Turma do Mepinho, os personagens explicam as maneiras de prevenir as crises e diminuir o número de casos de epilepsia no Brasil. O personagem Batatinha conta que o tratamento medicamentoso pode controlar até 70% dos casos da doença. Além disso, ele também faz um alerta: o tratamento cirúrgico é indicado para os casos nos quais as crises epiléticas acontecem mesmo com o uso da medicação adequada.
Outro destaque importante na cartilha é a desmistificação de alguns mitos relacionados à epilepsia. Pessoas com a doença podem trabalhar e constituir família. Também é indicado a prática de esportes, que ajudam a diminuir o estresse e consequentemente a frequência das crises epiléticas.

A doença
A epilepsia é uma doença cerebral crônica de maior frequência no mundo - acomete 2% da população - e pelo menos 50% dos casos começam na infância ou na adolescência. A principal característica é a ocorrência de crises epiléticas não provocadas, que podem prejudicar a qualidade de vida de quem tem a doença.
A epilepsia não é contagiosa e a saliva expelida durante uma crise não transmite a doença. Informação correta é a melhor arma contra o preconceito.
 
 
Fonte: ISaude.net

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Cão leal guarda corpo de companheira morta por mais de uma semana

 
Por mais de uma semana, um cão guarda o corpo da companheira morta após ser atropelada em estrada de Filippovka (Rússia).

"É muito triste. Ele não deixa que ninguém se aproxime dela e tenta fazer com que ela fique aquecida com o seu próprio corpo", contou a moradora Lyudmila Laisheva à emissora LifeNews.

O casal canino está sendo chamado de Romeu e Julieta.

"Haverá muitas casas para onde ele ir quando perceber que Julieta não voltará mais", acrescentou Lyudmila.


 
 
Fonte: O Globo

Saiba onde estão os 'depósitos' de coliformes fecais nos lares


 

Crianças em Manila no 'Dia mundial de lavar as mãos'
 
Celebração do 'Dia mundial de lavar as mãos' quer estimular prática para evitar doenças
Uma grande quantidade de doenças infecciosas pode ser transmitida em casa, sobretudo em determinados pontos que se tornaram verdadeiros focos de coliformes. A advertência é reforçada por especialistas nesta segunda-feira, o "dia mundial de lavar as mãos", que ressalta a importância da higiene pessoal.
Objetos como controles remotos, torneiras de banheiro e cozinha, telefones, brinquedos e lixeiras são importantes transmissores de bactérias.
 
Segundo o Gobal Hygiene Council, grupo formado por especialistas internacionais em higiene, estima-se que entre 50% e 80% das doenças alimentares tenham origem em casa. Isso porque pontos como a pia da cozinha, por exemplo, costumam conter 100 mil vezes mais germes do que um banheiro, por estar contaminada por restos e sujeira. Tábuas de cortar alimentos têm 200% mais coliformes fecais do que assentos de privada.
Objetos frequentemente tocados com as mãos são grandes pontos transmissores - é o caso das torneiras de banheiro, que também costumam ter mais germes nocivos do que a tampa da privada, e das bolsas de mão, que têm milhares de bactérias por centímetro quadrado.
Daí a preocupação com a lavagem frequente das mãos, para evitar a transmissão dessas bactérias.
"O nível surpreendente de contaminação em objetos do dia a dia é um sinal de que as pessoas estão esquecendo de lavar suas mãos após o uso do banheiro, um dos momentos-chave para prevenir infecções", disse à Press Association o pesquisador britânico Val Curtis, da Escola Britânica de Higiene e Medicina Tropical.

'Mãos de privada'

Divulgação
 
Objetos como controles remotos, brinquedos e torneiras são frequentes pontos de acúmulo de germes
Estudo lançado nesta segunda-feira pela escola, em associação com a Universidade Queen Mary e patrocínio de uma marca de sabonetes, aponta que cerca de um em cada dez britânicos pesquisados carrega em suas mãos a mesma quantidade de germes de uma privada suja.
A pesquisa identificou coliformes fecais em 26% dos entrevistados, em 14% das notas de dinheiro e em 10% dos cartões de crédito analisados.

"As pessoas dizem que lavam suas mãos, mas as pesquisas mostram que não e apontam o quão fácil esses patógenos (agentes causadores de doença) são transmitidos, sobrevivendo em dinheiro e cartões", diz Ron Cutler, que liderou a pesquisa britânica na Universidade Queen Mary.
Em média, as mãos carregam cerca de 3 mil tipos diferentes de bactérias de mais de cem espécies, segundo pesquisadores americanos. Muitos desses tipos não são nocivos, mas a higiene das mãos é essencial para evitar que os germes que causam doenças não sejam transmitidos.

O hábito de lavar as mãos é considerado pela ONU uma das medidas de melhor custo benefício para controlar doenças mundo afora. Pode, ainda, salvar mais de 1 milhão de vidas anualmente - perdidas, por exemplo, com diarreias e infecções respiratórias.
"As pessoas dizem que lavam suas mãos, mas as pesquisas mostram que não e apontam o quão fácil esses patógenos (agentes causadores de doença) são transmitidos, sobrevivendo em dinheiro e cartões"
Ron Cutler, pesquisador da Universidade Queen Mary
 
O Hygiene Council também recomenda, nas residências, o uso de lixeiras que se abrem com pedal (para evitar contato manual), a limpeza de brinquedos (principalmente os de crianças doentes) e de superfícies tocadas com frequência.

O site do conselho traz um mapa interativo com os pontos comumente contaminados nas casas, no link Clique http://bit.ly/Tmq2XD.

Equilíbrio

Ao mesmo tempo, relatório de setembro do Fórum Científico Internacional sobre Higiene Doméstica (IFH, na sigla em inglês) cita a hipótese segundo a qual a crescente prevenção de infecções desde a primeira infância pode resultar, mais tarde, na maior incidência de doenças como alergias. A explicação: necessitamos da interação com micróbios, particularmente nos primeiros anos de vida, para manter nosso sistema imunológico em equilíbrio.

Celebração do 'dia mundial de lavar as mãos' na Indonésia
 
Desafio é incentivar higiene e, ao mesmo tempo, permitir exposição natural a micro-organismos
Há indícios de que, idealmente, teríamos que ser expostos a determinados tipos de micróbios, mas não há consenso científico sobre quais deles, ou em que quantidade.

Como, então, encontrar o equilíbrio entre a exposição a esses micro-organismos e a necessidade de manter distância de doenças infecciosas perigosas?

Segundo o relatório, "podemos, por exemplo, estimular as crianças a brincar livremente umas com as outras e com seu ambiente, o que as deixará expostas a uma variedade de micróbios (inevitavelmente, também a patógenos), mas ao mesmo tempo devemos ser rigorosos com a importância de ações como lavar as mãos após ir ao banheiro ou visitar fazendas, antes de comer, etc".

O mesmo vale para animais de estimação: a exposição a eles traz contato com diferentes tipos de micro-organismos, mas o risco de contaminações é reduzido com a boa higiene dos pets.



Fonte: BBC Brasil

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Sim, acupuntura funciona

Um novo estudo mostra que as agulhas diminuem várias dores – mas a ciência não sabe o porquê

LUÍZA KARAM

Pelo menos 1 milhão de brasileiros se submeteram a agulhadas no ano passado para tratar problemas como dores lombares ou nas articulações. Para muitos, a acupuntura, técnica milenar chinesa baseada no estímulo de pontos do corpo por agulhas, é o último alívio depois de tratamentos com remédios, fisioterapia e, em alguns casos, até cirurgia. A acupuntura é oferecida pelo Sistema Único de Saúde (SUS) desde 1988 e reconhecida pelo Conselho Federal de Medicina há mais de 15 anos. No Brasil, desde março, só médicos estão habilitados a praticá-la. Apesar de oficializada no país, a comunidade científica ainda tenta entender as razões e a extensão de sua eficácia.

Há décadas os pesquisadores comparam seus resultados aos de outros tratamentos ou mesmo com o poder da autossugestão. Eles querem saber se o alívio proporcionado pela acupuntura é real ou se é influenciado pela vontade do paciente de que dê certo, algo conhecido como efeito placebo. Centenas de estudos já foram divulgados – alguns comprovando a eficácia da técnica, outros desmentindo. Um estudo publicado no site do periódico científico Archives of Internal Medicine, da prestigiada Associação Médica Americana, traz uma resposta à polêmica. Ele diz que o efeito da acupuntura é, sim, verdadeiro. “Nossos dados sugerem que a acupuntura é mais que um placebo contra dores crônicas”, afirma a epidemiologista Karen Sherman, pesquisadora da Universidade de Washington, nos Estados Unidos, e uma das coautoras do estudo.

A equipe de pesquisadores reavaliou 29 pesquisas que já haviam sido publicadas. Elas foram escolhidas porque tinham a metodologia mais rigorosa na coleta e interpretação dos dados e, em conjunto, analisavam um grande número de pacientes. Foram estudados os casos de quase 18 mil pessoas de Estados Unidos, Reino Unido, Alemanha, Espanha e Suécia. Os pesquisadores revisaram os dados desses levantamentos para detectar imprecisões e descartar avaliações tendenciosas. Chegaram à conclusão de que o alívio proporcionado pela acupuntura é maior que o originado pelo efeito placebo – ou seja, não é resultado de sugestão da mente dos pacientes. A pesquisa se restringiu à eficácia da acupuntura no tratamento de dores crônicas, como artrite e enxaqueca. Outros usos, como para tratar ansiedade, casos de depressão ou problemas gastrintestinais, não foram analisados.

ALÍVIO A modelo simula um tratamento com acupuntura. A técnica é eficaz para tratar dores crônicas  (Foto: Yi Lu/Viewstock/Corbis)
 
Para chegar ao resultado, os estudos analisados no novo levantamento compararam o relato de três tipos de paciente. No primeiro grupo, eles fizeram o tratamento com acupuntura. Os integrantes do segundo grupo não se submeteram à técnica. No terceiro, passaram por uma acupuntura falsa – um método desenvolvido pelos cientistas para enganar os pacientes. As agulhadas eram superficiais ou em pontos do corpo que não são recomendados pela técnica. Em alguns casos, foram usadas agulhas retrá-teis, que fazem pressão e não furam a pele, estímulos elétricos e até laser para simular as perfurações. Os pesquisadores queriam que os pacientes tivessem a impressão de ser tratados para testar se apenas a crença deles na acupuntura era suficiente para gerar a sensação de melhora.
Os resultados sugerem que não. Entre os voluntários que não fizeram acupuntura – nem a falsa nem a verdadeira –, 30% a-firmaram que a intensidade da dor diminuiu com o passar do tempo. Dos que fizeram acupuntura falsa, 42,5% relataram alívio semelhante. Entre os pacientes que passaram pela acupuntura verdadeira, 50% afirmaram que a dor diminuíra. A diferença entre a aplicação da técnica e o efeito placebo não é grande, mas já é suficiente, segundo os pesquisadores, para confirmar que existe algo mais na acupuntura que o poder da sugestão.
A evolução da técnica (Foto: Agency/Sygma/Corbis, Keystone/Getty Images e AP)
 
A acupuntura suscita a curiosidade de pesquisadores porque a explicação da medicina chinesa para seu funcionamento não tem correspondência na ciência médica ocidental. A técnica se baseia na ideia de que a força vital que traz saúde e bem-estar circula através do corpo por uma rede de 14 meridianos. Eles interligam 365 pontos que, uma vez pressionados, têm, de acordo com os preceitos da acupuntura, a capacidade de desobstruir a circulação da energia. São as interrupções de energia que causam as doenças, dizem os acupunturistas.
A medicina ocidental tenta explicar a sua maneira os mecanismos fisiológicos que fazem a acupuntura funcionar. Alguns estudos afirmam que o estímulo de terminações nervosas na pele faz com que os músculos conduzam impulsos até a medula, reduzindo a sensação de dor. Outros dizem que as agulhadas ativam neurotransmissores semelhantes à morfina, localizados na medula, que inibem a condução de alertas de dor até o cérebro. Por enquanto, não há consenso.

Os cientistas não se entendem sequer sobre a melhor maneira de medir o resultado da acupuntura. A Organização Mundial da Saúde (OMS) publicou no mês passado um relatório em que explica que é complicado tirar conclusões definitivas sobre a eficácia e os mecanismos de funcionamento da técnica. Os pesquisadores da OMS acham que é difícil separar os resultados das agulhas daqueles provocados pelo efeito placebo. Eles acreditam que o paciente sempre consegue perceber se foi espetado de verdade ou não – por mais criativos que os cientistas sejam ao tentar simular essa sensação. O médico alemão Edzard Ernst, fundador do primeiro departamento do Reino Unido a verificar a eficácia de práticas alternativas, tem opinião semelhante. “Além de ser difícil enganar o voluntário, muitos dos cientistas usam os estudos para comprovar suas crenças, o que pode levar a resultados tendenciosos”, diz Ernst, da Universidade de Exeter. Um artigo alemão sobre dor, publicado em 2005, sugere que 81% dos acupunturistas julgavam o sucesso da técnica com muito otimismo.

Os pesquisadores ainda não sabem por que a acupuntura consegue aliviar dores dos pacientes
O novo levantamento sobre a acupuntura não deve encerrar a polêmica, mas é um passo importante para construir o consenso científico. Para os pacientes, o importante é que ela funcione em alguns casos. Remédios e tratamentos modernos tampouco são eficazes 100% das vezes. “Esse estudo sugere que é melhor usar a acupuntura para tratar dores crônicas do que não usar”, diz o ortopedista André Tsai, do Centro de Acupuntura do Hospital das Clínicas, em São Paulo.


Fonte: Revista Época

domingo, 14 de outubro de 2012

Aplicativos que alertam seu médico sobre possíveis problemas

Tecnologias que interpretam padrões de uso agora são empregadas para monitorar o comportamento de pacientes em algumas doenças como diabetes e depressão

The New York Times* |
Jim Wilson/The New York Times
Smartphone: aplicativos que monitoram padrões de movimentação são usados agora em prol da saúde

Para muitos pacientes com condições crônicas como depressão, dores ou diabetes, o padrão é previsível: quanto mais sofrem, mais eles se voltam para dentro. Os médicos podem não vê-los até que estejam em crise e apareçam num pronto-socorro.

Agora está surgindo uma solução da era digital. Quando os pacientes se fecham, seus celulares podem estender a mão a eles.

Os telefones usam um aplicativo que rastreia com que frequência eles enviam mensagens de texto, fazem chamadas e se locomovem, além de para onde eles vão. Se os hábitos e padrões se desviarem de forma a sugerir que eles se isolaram, o aplicativo alerta o médico ou outro responsável.

Diversos hospitais e centros médicos começaram recentemente a testar e usar a tecnologia, com apoio financeiro vindo de redes médicas, do exército dos EUA e de companhias de seguros. A abordagem inovadora usa uma tecnologia cada vez mais comum em smartphones: sistemas de GPS e acelerômetros que conseguem rastrear localização e movimento.

“Trata-se de um sistema de alerta antecipado humano, a ‘luz de óleo’ do corpo”, disse Michael Seid, professor de pediatria do Children's Hospital Medical Center de Cincinnati.


Desde o ano passado, 15 pacientes com problemas gastrointestinais crônicos levaram os telefones para testar a eficácia do software. Até agora, os resultados indicam que alguns alteram claramente seus padrões de comunicação e deslocamento nos dias anteriores ao surgimento de fortes sintomas.
“Quando a dor aumenta, você fica menos suscetível a ir ao parque ou ao shopping. Isso poderia ser um indicador antecipado de um surto ou agravamento da doença”, afirmou Seid. A tecnologia, ele acrescentou, “mede o comportamento social numa escala e profundidade que você simplesmente não tinha antes”.

O software ainda está sendo testado e estudado por sua eficácia. Mas especialistas e pesquisadores de saúde mental dizem que ele traz uma grande promessa – não só para identificar pioras de condição, mas também para detectar mudanças de comportamento indicando que alguém parou de tomar seus remédios ou precisa de uma nova dosagem.

“Isso pode proporcionar uma importante nova ferramenta num setor bastante necessitado”, declarou Adam I. Kaplin, professor de psicologia e neurologia da Johns Hopkins.

“Eu tenho preocupações, mas posso dizer – enfaticamente – que eles colocaram o dedo sobre a necessidade de identificar essas pessoas antes que elas entrem no buraco do coelho.”

As preocupações de Kaplin incluem se tais sistemas poderiam enviar alertas sobre pessoas saudáveis, como alguém que não está deprimido mas resolve passar algum tempo inativo, ou alguém com uma simples gripe que passa o dia em casa. Se isso acontecer, isso somaria custos, em vez de amenizá-los? E, segundo ele, os pacientes podem achar que estão sendo excessivamente monitorados.
“Em que momento os grandes dados se tornam o Grande Irmão?”, questionou ele.

Os pesquisadores e empresas por trás da tecnologia dizem estar cientes da preocupação com privacidade. Mas eles apontam que o paciente precisa consentir, e que as informações são enviadas apenas a profissionais da saúde ou a membros designados da família. Eles também dizem ser cedo demais para mensurar qual será o efeito disso sobre os médicos, e como eles trabalharão com os pacientes.

A tecnologia faz parte de um campo muitas vezes chamado de “grandes dados” (do inglês “big data”), que captura e filtra enormes quantidades de dados para melhor entender e prever comportamentos – como padrões de compra, movimentos do mercado de ações e condições que podem levar a conflitos militares.

No campo da saúde, pesquisadores em laboratórios de todo o país estão buscando um provedor de tecnologias de grandes dados, incluindo maneiras de avaliar melhor os comportamentos de pacientes e medir a eficiência de medicamentos.

Um dos principais centros de pesquisa nesse campo é o MIT Media Lab, onde Alex Pentland, professor de dinâmicas humanas, supervisiona o programa de empreendedorismo. Segundo ele, a ideia de coletar comunicações e deslocamentos de pacientes pode dar aos médicos evidências mais precisas de comportamento do que depender da memória do paciente, ou de seus esforços para descrever os problemas.

“O ser humano não é apenas ruim nisso, ele é péssimo, além de ser tendencioso sob muitos aspectos”, afirmou ele sobre a autoavaliação dos pacientes.

“Os dados dos celulares representam uma verdadeira visão de Deus sobre o que estamos fazendo.”

Mas Pentland acrescentou que os dados também precisam ser refinados e compreendidos para que, quando parecer que alguém está se fechando em si mesmo, as informações não sejam enganosas.
“Talvez o cara esteja prestes a se suicidar, ou talvez ele esteja pronto para escrever o romance da década”, disse ele.

Uma das empresas com raízes no Media Lab é a Ginger.io, que está provendo a tecnologia no Cincinnati Children's Hospital, além de implantações maiores programadas para este mês em hospitais da Carolina do Norte que pertencem à Novant Health, uma das maiores empresas de assistência médica do país.

Matthew Gymer, diretor de inovação da Novant, pretende analisar como a tecnologia se sai alertando médicos sobre potenciais mudanças de comportamento em milhares de pacientes com diferentes problemas – incluindo diabetes, dores crônicas e doenças cardíacas.

“A realidade é que, conforme marchamos pela vida, existe um padrão bastante previsível para onde vamos e o que fazemos”, disse ele. “Se esse padrão é quebrado de maneira inesperada, algo pode estar errado.”

A Cogito, empresa relacionada ao Media Lab, iniciou um amplo ensaio clínico da tecnologia com a VA Boston Health Care System, parte do Departamento de Assuntos dos Veteranos, financiado pelo Departamento de Defesa e pela Raytheon, prestadora de serviços ao exército. O teste procura mensurar se um soldado pode estar desenvolvendo o distúrbio de stress pós-traumático, identificando períodos de isolamento ou mania, explicou Joshua Feast, fundador da Cogito. Segundo Feast, um grande foco da pesquisa é identificar quais medidas são mais eficientes em identificar e prever doenças como depressão.

Deborah Estrin, professora de ciência da computação na UCLA, está trabalhando num pequeno ensaio clínico com pacientes de dores crônicas na Universidade da Califórnia, em Davis. O objetivo é descobrir se dados retirados dos celulares de pacientes podem mostrar se eles se tornaram subitamente sedentários – um possível sinal de aumento de dor, ou até mesmo de que alguém não está tomando seus remédios.

Segundo Estrin, as promissoras pesquisas iniciais sugerem possibilidades como tratamentos cada vez mais personalizados, baseados em avaliações de padrões individuais de comportamento. Os médicos poderiam entender melhor como tratamentos, medicações ou dosagens específicas afetam um paciente.

“Estou animada, mas há muito trabalho a ser feito”, disse ela, acrescentando: “Se a saúde fosse algo fácil, não teríamos tantas doenças”.

* Por Matt Richtel


Fonte:IG

O novo cardápio saudável tem sua cara

Dois respeitados centros médicos do Brasil apresentam sugestões de alimentação equilibrada

THAIS LAZZERI

O Brasil caminha para virar um dos países mais obesos do mundo. Mais da metade da população adulta no país está acima do peso. Entre as crianças de 5 a 9 anos, o índice chega a 30%. Para evitar que o problema se agrave, o Hospital das Clínicas de São Paulo e o Instituto do Coração (InCor), dois dos principais centros médicos do país, se uniram para desenvolver uma campanha inédita de orientação alimentar. Em vez de traduzir as orientações nutricionais para o dia a dia da população, os pesquisadores fizeram o caminho contrário. Foram pesquisar o que a população come, como mistura os alimentos, de que forma monta seus pratos. A partir daí, adaptaram o gosto popular para compor um cardápio equilibrado. O projeto Meu Prato Saudável e a versão infantil Meu Pratinho Saudável serão lançados no dia 12, em São Paulo, em parceria com a editora médica LatinMed.
cardápio saudável  (Foto: divulgação)
 
A base do programa é propor refeições saudáveis para todo o dia, das principais aos lanches intermediários. O consumo de frutas, verduras e legumes é incentivado. O mesmo não se pode dizer de comidas prontas industrializadas. A variedade à mesa também será estimulada. Que tal trocar feijão por lentilha ou grão-de-bico, um filé de frango por dois ovos cozidos ou agrião com beterraba por pepino com ervilha? Outra mudança importante é a quantidade no prato. Uma refeição deveria ser assim: 4 colheres (sopa) de arroz integral (melhor que o branco), um bife, 4 colheres (sopa) de verdura ou legumes e meia concha de feijão. Mastigar muito (cerca de 20 vezes) é uma das recomendações, assim como fracionar as refeições e tentar comer, sempre, no mesmo horário.

Todos os Hospitais das Clínicas do país participarão. Especialistas em nutrição visitarão áreas públicas, como parques, praias e metrôs, onde abordarão as pessoas para conversar sobre bons hábitos alimentares. Distribuirão uma cartilha e jogos americanos com as imagens dos pratos sugeridos em tamanho real. “Se você diz que prescreve um cardápio e coloca 3 colheres de arroz no almoço, a pessoa acha que é pouco. Quando mostra visualmente isso num prato montado com outros alimentos, o impacto é outro”, afirma Andréa Frank, professora de nutrição da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A campanha terá ainda aplicativos gratuitos para tablets e smartphones.

Os pesquisadores buscaram combinações fáceis para quem come fora ou em casa. O cardápio contempla ingredientes regionais e combinações típicas dos brasileiros, como arroz, feijão e macarronada no mesmo prato. Ter uma alimentação saudável não é sinônimo de privação. “Reeducação alimentar ganhou status de sacrifício”, afirma Elisabete Fernandes Almeida, diretora do programa. “A mudança é mais simples do que se imagina.”

 Para escolher o que colocar no prato, os pesquisadores mostraram algumas sugestões de cardápio para 800 frequentadores do InCor. Ali, surgiram a complexidade e a diversidade de paladar do brasileiro. O frango, antes feito na chapa, foi assado. Macarronada e arroz entraram na mesma refeição. Ingredientes regionais, como arroz de carreteiro no Sul e tapioca no café da manhã do Nordeste, também foram acrescentados. “O prazer em comer está associado à identificação cultural e social de cada um”, afirma Raul Lody, antropólogo, especialista em alimentação, autor de Brasil bom de boca (Editora Senac). “Se você não dá escolhas, o indivíduo não se sente sensibilizado a participar e abandona a ideia.” Agora, os pesquisadores acompanharão um grupo de 400 voluntários que seguirão o programa. A ambição é que esses voluntários adquiram hábitos alimentares saudáveis até a Copa do Mundo de 2014. Se der certo, a torcida brasileira estará em ótima forma.



Fonte: Revista Época

sábado, 13 de outubro de 2012

Hormônio testosterona pode tornar as pessoas mais honestas

Estudo realizado na Alemanha mostra que altos níveis do hormônio sexual fazem com que as pessoas contem menos mentira

 
Pesquisadores da Universidade de Bonn, na Alemanha, descobriram um papel importante do hormônio testosterona sobre o comportamento social.
O estudo mostra que altos níveis do hormônio sexual masculino fazem com que as pessoas sejam mais honestas e mintam menos.
 
A testosterona engloba características tipicamente masculinas, como, por exemplo, na formação das características sexuais, atuando no aumento da libido e também na construção muscular. As mulheres também possuem o hormônio sexual, porém em uma escala muito menor. "A testosterona sempre foi tida como responsável por promover o comportamento agressivo e arriscado", afirma o pesquisador Bernd Weber.
 
Estudos mais recentes, no entanto, indicam que este hormônio também promove o comportamento social.
 
"A desvantagem de muitos estudos é que eles apenas correlacionam o nível de testosterona dos participantes com suas próprias mudanças de comportamento", explica o autor principal Matthias Wibral, acrescentando que esta abordagem reflete apenas ligações estatísticas e não fornecem quaisquer esclarecimentos sobre as causas para o comportamento.
 
Pesquisas anteriores mostraram que a testosterona influencia o comportamento e, por sua vez, o comportamento também influencia os níveis hormonais. Consequentemente, os cientistas estavam procurando uma abordagem experimental que permitiria explicar essa causa e efeito.
 
Wibral e seus colegas recrutaram um total de 91 homens saudáveis para uma experiência comportamental. Deste total, 46 pessoas foram tratadas com testosterona, aplicadas cobre a pele como um gel. No dia seguinte, os cientistas verificaram se os níveis de testosterona no sangue foram de fato mais elevados nestes participantes do que no grupo placebo. Os outros 45 participantes receberam apenas um gel de placebo.
 
Para avaliar o efeito da testosterona sobre o comportamento, os pesquisadores utilizaram um jogo de dados, realizado em cabines separadas. Quanto maior a pontuação, maior a quantidade de dinheiro que os participantes receberam como recompensa. "Estes experimentos foram elaborados de tal forma que os indivíduos tinham a opção de mentir", explica Weber.
 
Devido às cabines separadas, ninguém sabia se eles estavam mostrando os resultados reais ou mais altos a fim de obter mais dinheiro.
 
No entanto, os cientistas foram capazes de determinar mais tarde, se os participantes do teste tentaram enganar ou não. "Estatisticamente, a probabilidade de todos os números sobre os dados ocorrerem é idêntica. Então, se existe discrepância nos números mais altos, esta é uma clara indicação de que os participantes mentiram", afirmam os pesquisadores.
 
Os investigadores compararam os resultados do grupo que recebeu testosterona com os do grupo de controle. "Os dados mostraram que os indivíduos com níveis mais elevados de testosterona no organismo tinham claramente mentido com menos frequência do que os indivíduos não tratados", destacam os autores.
 
Segundo os pesquisadores, esse resultado contradiz claramente a abordagem unidimensional que afirma o papel da testosterona no comportamento antissocial. Ele acrescenta que é provável que o hormônio aumente o orgulho e a necessidade de desenvolver uma autoimagem positiva.
 
 
 
Fonte:ISaude.com

segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Cão resgata bezerro e se recusa a abandoná-lo

O labrador Bosko encontrou um bezerro à beira da morte em um rancho e o resgatou.
"A mãe do bezerro estava muito fraca para cuidar dele e a baixa temperatura quase o matou", disse Oakenboken, usuário do site Reddit, que postou as fotos.

A mãe a a avó de Oakenboken cuidaram do bezerro quase congelado e o aqueceram com cobertores.

Bosko se recusou a abandonar o animal que salvara.
 
Em poucos dias, o bezerro se recuperou e voltou ao convívio dos animais adultos. E, de quebra, ganhou um amigo canino!


Fonte: O Globo

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