Saiba onde estão os 'depósitos' de coliformes fecais nos lares
Uma grande quantidade de doenças infecciosas pode ser
transmitida em casa, sobretudo em determinados pontos que se tornaram
verdadeiros focos de coliformes. A advertência é reforçada por especialistas
nesta segunda-feira, o "dia mundial de lavar as mãos", que ressalta a
importância da higiene pessoal.
Objetos como controles remotos, torneiras de banheiro e cozinha, telefones,
brinquedos e lixeiras são importantes transmissores de bactérias.Objetos frequentemente tocados com as mãos são grandes pontos transmissores - é o caso das torneiras de banheiro, que também costumam ter mais germes nocivos do que a tampa da privada, e das bolsas de mão, que têm milhares de bactérias por centímetro quadrado.
Daí a preocupação com a lavagem frequente das mãos, para evitar a transmissão dessas bactérias.
"O nível surpreendente de contaminação em objetos do dia a dia é um sinal de que as pessoas estão esquecendo de lavar suas mãos após o uso do banheiro, um dos momentos-chave para prevenir infecções", disse à Press Association o pesquisador britânico Val Curtis, da Escola Britânica de Higiene e Medicina Tropical.
'Mãos de privada'
A pesquisa identificou coliformes fecais em 26% dos entrevistados, em 14% das notas de dinheiro e em 10% dos cartões de crédito analisados.
"As pessoas dizem que lavam suas mãos, mas as pesquisas mostram que não e apontam o quão fácil esses patógenos (agentes causadores de doença) são transmitidos, sobrevivendo em dinheiro e cartões", diz Ron Cutler, que liderou a pesquisa britânica na Universidade Queen Mary.
Em média, as mãos carregam cerca de 3 mil tipos diferentes de bactérias de mais de cem espécies, segundo pesquisadores americanos. Muitos desses tipos não são nocivos, mas a higiene das mãos é essencial para evitar que os germes que causam doenças não sejam transmitidos.
O hábito de lavar as mãos é considerado pela ONU uma das medidas de melhor custo benefício para controlar doenças mundo afora. Pode, ainda, salvar mais de 1 milhão de vidas anualmente - perdidas, por exemplo, com diarreias e infecções respiratórias.
"As pessoas dizem que lavam suas mãos, mas as pesquisas mostram que não e apontam o quão fácil esses patógenos (agentes causadores de doença) são transmitidos, sobrevivendo em dinheiro e cartões"
Ron Cutler, pesquisador da Universidade Queen
Mary
O site do conselho traz um mapa interativo com os pontos comumente contaminados nas casas, no link Clique http://bit.ly/Tmq2XD.
Equilíbrio
Ao mesmo tempo, relatório de setembro do Fórum Científico Internacional sobre Higiene Doméstica (IFH, na sigla em inglês) cita a hipótese segundo a qual a crescente prevenção de infecções desde a primeira infância pode resultar, mais tarde, na maior incidência de doenças como alergias. A explicação: necessitamos da interação com micróbios, particularmente nos primeiros anos de vida, para manter nosso sistema imunológico em equilíbrio.Como, então, encontrar o equilíbrio entre a exposição a esses micro-organismos e a necessidade de manter distância de doenças infecciosas perigosas?
Segundo o relatório, "podemos, por exemplo, estimular as crianças a brincar livremente umas com as outras e com seu ambiente, o que as deixará expostas a uma variedade de micróbios (inevitavelmente, também a patógenos), mas ao mesmo tempo devemos ser rigorosos com a importância de ações como lavar as mãos após ir ao banheiro ou visitar fazendas, antes de comer, etc".
O mesmo vale para animais de estimação: a exposição a eles traz contato com diferentes tipos de micro-organismos, mas o risco de contaminações é reduzido com a boa higiene dos pets.
Fonte: BBC Brasil
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