terça-feira, 15 de dezembro de 2009

Rede de doação de rins salva 13 pessoas nos Estados Unidos

Uma iniciativa de médicos de Washington une pacientes, parentes e doadores voluntários para criar a maior corrente de doadores de rim dos Estados Unidos, com 26cirurgias

Uma iniciativa de Keith Melancon, diretor do setor de transplantes de rim do Hospital Universitário Georgetown, em Washington, nos Estados Unidos, conseguiu dar esperança a milhares de pessoas que aguardam por um doador de rim compatível em filas gigantescas. Unindo pacientes, parentes que desejavam ajudá-los e até doadores altruístas candidatos, Melancon e sua equipe realizaram 26 cirurgias e conseguiram novos rins para 13 pessoas, na maior corrente de transplantes registrada nos EUA.

A base da corrente foi a boa vontade. Como mostra reportagem da agência de notícias Associated Press publicada no site Msnbc (em inglês), muitos dos doadores eram parentes de pessoas doentes, incompatíveis para doação, mas que queriam ajudar. Durante semanas, a equipe de Melancon fez reuniões privadas e montou um catálogo desses doadores potenciais e começou a uni-los. O policial de Saint Louis Tom Otten, por exemplo, queria doar um rim para a mulher, Irene, mas não podia. Ela tinha uma condição rara que a torna incompatível com 95% da população dos EUA.

A alternativa de Tom foi doar seu rim para outra pessoa, para que Irene, por meio do sistema criado por Melancon, pudesse receber um rim. Tom, de 42 anos, fez a doação para Roxanne Williams, uma mulher de 30 anos que teve os rins destruídos pelo lúpus quando tinha 19. Irene, a mulher de Tom, recebeu um rim de Kelvina Hudgens, de 30 anos, que fez a doação em favor de sua mãe, há 15 anos fazendo hemodiálise.

Por meio dessa corrente, que contou ainda com três doadores altruístas, inscritos para doar um rim mesmo sem saber para quem ele iria, Melancon e sua equipe fizeram as 26 cirurgias no hospital Georgetown e no Centro Hospitalar Washington, ambos na capital dos EUA, nos dias 2, 4, 7, 8, 9 e 11 de dezembro. “Esse tipo de procedimento realmente multiplica o número de transplantes que podem ser feitos”, disse Melancon. “É quase uma experiência religiosa quando começamos a fazer isso, porque é milagroso”, afirmou.

Das 13 pessoas que receberam rins, 10 eram negras, hispânicas ou asiáticas, grupos que têm maior dificuldade de encontrar doadores na população americana. Além disso, por conta de condições raras, alguns dos pacientes jamais teriam recebido um transplante por meio do sistema tradicional.

Segundo Melancon, essas são provas de que a iniciativa pode reduzir a fila de transplante de rim nos Estados Unidos, que tem 88 mil pessoas atualmente. Todo o processo de compatibilidade é feito em sigilo, de uma forma que os doadores e receptores só se conheçam, se desejarem, após o transplante ter sido realizado. Segundo a AP, a Rede Associada para Doação de Órgãos (UNOS, na sigla em inglês), entidade que supervisiona os transplantes nos EUA vai testar um programa de larga escala seguindo os moldes do que foi feito em Washington. É uma tentativa de reduzir mais rapidamente as filas de transplantes no país.


fonte: Época

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