domingo, 10 de outubro de 2010

Saudosa tubaína

Em Tatuí, acompanhamos a produção da Tubaína Vieira. Com gostinho de infância, a bebida tem até bar especializado em São Paulo.



A peruana Verônica Goyzueta formou-se jornalista na Universidade de Brasília. Depois, se mudou para São Paulo e trabalhou como correspondente para jornais da Espanha e do Reino Unido. “Fui ficando, me apegando à cidade. Gosto muito de São Paulo", justifica. Paralelamente ao trabalho, em julho de 2009, Verônica abriu na capital paulista, na região do Baixo Augusta, o Tubaína Bar, endereço temático que comercializa 24 tipos de tubaínas, trazidas principalmente do interior do estado. De fora, só a maranhense Guaraná Jesus e a peruana Inca Kola.
A carta traz ainda quinze drinques à base da bebida. O conceito da casa tenta resgatar a tradição do interior paulista, tanto nas bebidas quanto nas comidinhas que são servidas para acompanhar as tubaínas. Sócia na empreitada, Sol Caldeira é a responsável pela cozinha. “A freguesia é variada: executivos da Avenida Paulista, cinéfilos, baladeiros do Baixo Augusta, nostálgicos e gente do interior que vive na capital. Todos têm uma identificação com o refrigerante”, reforça Verônica. Desses clientes, ela costuma ouvir histórias, lembranças de festas de família, de carnavais.

O bar foi o local escolhido para a última degustação às cegas de tubaína promovida pela revista Prazeres da Mesa, publicada na edição junho. Como critério, as candidatas deveriam ser paulistas, consumidas dentro do estado de São Paulo e conter guaraná e xarope de tuti-fruti. Foram analisados o buquê, o gás, o açúcar e o sabor que, quase como o vinho, se “revela” enquanto a bebida está sendo provada.
No balanço final, a Etubaína Orlando, de Ribeirão Preto, e a Cotuba, de São José do Rio Preto, empataram e dividiram o primeiro lugar. O segundo ficou com a Tubaína Vieira, produzida em Tatuí. Na pontuação, que ia de zero a quarenta, ela ganhou nota 34. Foi considerada gostosa: com boa quantidade de gás e doce como uma bala, mas, na medida certa de açúcar.
O iG Comida foi até Tatuí conferir os segredos da Tubaína Vieira, embora os proprietários escondam a sete chaves os ingredientes e medidas da sua composição. “É uma receita familiar e cinquentenária, passada de pai para filho, com o correto processamento de cada um dos ingredientes, aplicados em doses e sequências exatas. Nada mais posso dizer”, conta enigmático Fábio Rossi Rodrigues Alves, sócio-proprietário da empresa familiar, que produz 2 milhões de litros de refrigerantes por mês. São seis sabores: tuti-fruti (carro-chefe), guaraná, abacaxi, soda limonada, laranja e cola.
“É um refrigerante composto por essências e com uma porcentagem de guaraná”, explica Ciro Rodrigues Alves Filho, um dos sócios da empresa e pai de Fábio. Para se ter uma ideia, a produção de tubaína no Brasil abraça 30% do mercado de refrigerantes no país. Não é pouco. No quesito vendas, a empresa assume o primeiro posto entre os produtores da região e o segundo nas outras regiões onde é comercializada.
Os produtos podem ser encontrados em São Paulo, no sul e sudoeste do estado e também no norte do Paraná. A empresa comercializa o refriferante em garrafas de vidro de 600 mililitros e nas do tipo pet, com litragem variada. As de vidro passam por um processo de limpeza e higienização relativamente longo (cerca de uma hora), feito com detergentes especiais e produtos químicos adequados, combinados com água em diversas temperaturas. Depois disso, as garrafas são examinadas uma a uma. O engarrafamento é padrão e também automatizado para os dois tipos de embalagens. A garrafa entra vazia de um lado e sai cheia e tampada do outro, sem contato com o operador. E seguem para a inspeção pós-envase, novamente uma a uma.

Fonte:IG

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